ATA DA SEXAGÉSIMA TERCEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 08-7-2013.
Aos oito dias do mês de
julho do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Mario Manfro, Nereu
D'Avila, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. À
MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 029/11 (Processo
nº 1052/11), de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo; o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 011/13 (Processo nº 1322/13), de autoria do
vereador Clàudio Janta; o Projeto de Lei do Legislativo nº 140/13 (Processo nº
1484/13), de autoria dos vereadores Marcelo Sgarbossa e Mauro Pinheiro; o
Projeto de Lei do Legislativo nº 170/13 (Processo nº 1685/13), de autoria do vereador
Nereu D'Avila; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 109/13 (Processo nº
1198/13), de autoria do vereador Paulo Brum. Também, foram apregoados
Requerimentos de autoria dos vereadores Bernardino Vendruscolo e Mauro
Pinheiro, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando o desarquivamento,
respectivamente, dos Projetos de Lei do Legislativo nos 029/11 e
051/12 (Processos nos 1052/11 e 0626/12, respectivamente). Ainda,
foram apregoados os seguintes Ofícios: nº 818/13, do senhor José Fortunati,
Prefeito Municipal, informando que se ausentará do Município das seis horas e
quarenta minutos do dia oito às vinte e duas horas e quarenta e dois minutos do
dia nove de julho do corrente, quando participará da cerimônia de lançamento do
Pacto Nacional pela Saúde, da Marcha de Prefeitos e de reuniões com os
Ministros das Cidades e do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília – DF;
e nº 820/13, do senhor Sebastião Melo, Prefeito em exercício, encaminhando os
Decretos nos 18.338 e 18.339/13. Após, fora apregoados os seguintes
Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: nº 034/13, de autoria do vereador
Engº Comassetto, do dia cinco ao dia oito de junho do corrente, na 37ª Reunião
do Conselho das Cidades, em Brasília – DF –;nº 036/13, de autoria do vereador
João Derly, dia onze de julho do corrente, em palestra sobre a Lei Maria da
Penha, no Município de Teutônia – RS –; e nº 036/13, de autoria do vereador
Márcio Bins Ely, amanhã, em reunião no Ministério do Trabalho e Emprego, em
Brasília – DF. Também, o vereador Márcio Bins Ely informou o cancelamento de
representação externa anteriormente solicitada, para o dia dois de julho do
corrente. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde, emitidos no dia vinte e oito de junho do corrente. A
seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor
Roni da Silva, Presidente do Centro Comunitário Entrada da Cidade, que
discorreu sobre demandas da comunidade que representa, em especial quanto à
construção de sede física para o centro comunitário, conforme projeto constante
no Programa
Integrado Entrada da Cidade.
Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Tarciso
Flecha Negra, Márcio Bins Ely, Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna, João Carlos
Nedel e Idenir Cecchim manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, para
considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor Roni da Silva. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciaram-se a vereadora Sofia Cavedon, em tempo cedido pelo
vereador Bernardino Vendruscolo, e o vereador Valter Nagelstein, em tempo
cedido pelo vereador Cassio Trogildo. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de
autoria do vereador Airto Ferronato, solicitando, nos termos do artigo 218,
inciso II, do Regimento, Licença-Luto do dia dois ao dia nove de julho do
corrente. Ainda,
a vereadora Sofia Cavedon solicitou Tempo Especial para pronunciamento, nos
termos do artigo 94, § 1º,
alínea “f”, do Regimento. Às quinze horas e trinta e um minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
trinta e seis minutos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Fernanda Melchionna,
Tarciso Flecha Negra, Jussara Cony, Idenir Cecchim, Engº Comassetto, Idenir
Cecchim, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol e Alceu
Brasinha. Na
oportunidade, o vereador
Valter Nagelstein solicitou Tempo Especial para pronunciamento, nos termos do
artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento. Em TEMPO DE PRESIDENTE,
pronunciou-se o vereador Dr. Thiago. Às dezesseis horas e quarenta e nove
minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
003/13 (Processo nº 0020/13), após ser encaminhado à votação pelos vereadores
Jussara Cony, Bernardino Vendruscolo, Reginaldo Pujol, Engº Comassetto, Sofia
Cavedon e Dr. Thiago. Na oportunidade, por solicitação do vereador Idenir
Cecchim, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor
José Ernesto Pasquotto, falecido no dia de hoje. Em Votação, esteve o
Requerimento nº 127/13 (Processo nº 2090/13), o qual foi encaminhado à votação
pelas vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon e pelos vereadores Valter
Nagelstein, Clàudio Janta, Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha, Professor Garcia,
Alberto Kopittke e Bernardino Vendruscolo. Na ocasião, foi votado Requerimento
de autoria da vereadora Sofia Cavedon, solicitando o adiamento, por uma Sessão,
da votação do Requerimento nº 127/13, o qual obteve doze votos SIM, em votação
nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado os vereadores
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta,
Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal, votação
declarada nula pelo senhor Presidente, em face da inexistência de quórum
deliberativo. Às dezoito horas e dezessete minutos, constatada a inexistência
de quórum deliberativo, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia.
Durante a Sessão, os vereadores Fernanda Melchionna, Valter Nagelstein, Engº
Comassetto, Sofia Cavedon e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca de assuntos
diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de alunos e
dos professores Edson Antoni, Ivone Jordan, Rita Cavalcante, Mathias Scherer e
Michel Zozimo da Rocha, do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, em visita orientada integrante do Projeto de Educação Política
desenvolvido pela Seção de Memorial deste Legislativo. Às dezoito horas e
dezenove minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pelo vereador Professor Garcia, o senhor Presidente declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago e Bernardino
Vendruscolo e pela vereadora Sofia Cavedon e secretariados pelo vereador João
Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
A Tribuna Popular de
hoje tratará de assunto relativo à construção do centro comunitário, conforme
projeto aprovado no PIEC, e demais demandas da comunidade. O Sr. Roni da Silva,
representando o Centro Comunitário Entrada da Cidade, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
O SR. RONI DA SILVA: Boa-tarde. Queria
agradecer, primeiro, pela realização da audiência na CEDECONDH, à Presidente
Fernanda Melchionna, que presidiu muito bem, à Ver.ª Any Ortiz, ao Ver. Marcelo
Sgarbossa e ao Ver. Mario Fraga.
Pessoal, sou
Presidente do centro comunitário, votado pela comunidade. Em meados de 1994,
foi feito o Programa Integrado Entrada da Cidade, com o Fonplata. É muito
importante que os Vereadores escutem isso, porque a atitude em Porto Alegre tem
que mudar, já dizem as ruas, a atitude em todo o Brasil. Certamente as
eleições, no ano que vem, vão ser bem diferentes; dar a cara a tapa, na rua,
não vai ser qualquer um; para dar a cara a tapa, na rua, vão ter que ser
pessoas que lutam pelo povo de verdade, não essas pessoas que vendem a nossa
comunidade. Tem que ficar muito claro isso.
O Centro Comunitário
Entrada da Cidade foi demandado em 1994, faz 20 anos que o bairro Farrapos tem
uma demanda de centro comunitário. Sabem o que é isso? Vinte anos? Desde o
Prefeito Verle tem a demanda, que era o terreno, e tem a verba aprovada no PIEC
– está lá a verba parada no PIEC. Em 20 anos, morreram mais de 500 jovens pelo
tráfico e pela violência. Tivemos várias oficinas na comunidade, inclusive
caras que são do meu movimento – eu sou do movimento hip-hop – estão presos hoje lá no presídio. Eles faziam também
parte dos projetos e estão presos porque não tiveram oportunidade de ter um
espaço para fazer os projetos e dar continuidade.
A gente entregou a
documentação todinha para o pessoal no dia em que a gente teve a audiência com
a Comunicação Social da Prefeitura – eu tenho os documentos, eu vou entregar
para a Presidência. Eu fiz todo o relatório. O primeiro projeto que tinha no
antigo Sesi da Vila Farrapos, que foi aprovado no Programa Entrada da Cidade,
eu tenho aqui, são três milhões e uns quebrados, não lembro direito, foi
reduzido para um milhão e não sei o quê, ou seja, cortaram as verbas e depois
refizeram o ofício de novo. Eu estou com toda a documentação aqui e eu vou
entregar. Eu gostaria que os Vereadores prestassem muita atenção nisso, porque
fazer um estádio de futebol em dois anos é muito fácil, mas deixar uma
comunidade morrendo, por 20 anos, não é para qualquer um, mano! Isso não é para
qualquer um! Não é para qualquer um, não! As pessoas têm que ter atitude. Não
estou julgando ninguém que está aqui, porque isso vem há tempos, já passaram
vários Governos. Agora, atitude, agora a gente vai ver quem é quem na história,
porque está lá a verba. Vocês têm que fiscalizar, não é? Vocês têm que ir lá no
PIEC ver isso, todos vocês que são Vereadores. Eu peço para vocês, pelo amor de
Deus, para irem lá.
Agora, a Prefeitura
de Porto Alegre inventou que tem um processo de um centro cultural para dividir
com o centro comunitário. Mas já tem um centro cultural na região, cara! A
gente dá risada. Por que eles querem fazer esse centro cultural, se a
comunidade não quer o centro cultural? Eu não estou entendendo! A gente cedeu o
espaço que era do centro comunitário para a Escola Oswaldo Vergara, fizeram a
maior choradeira e deram um espacinho desse tamanhozinho para o centro
comunitário! Na verdade, a OAS e as pessoas responsáveis deveriam comprar o
terreno do centro comunitário. Isso é uma vergonha! Agora estão inventando mil
e uma coisas, cara!
Uma vez eu ouvi um
Vereador falando aqui que era o Grêmio. As pessoas têm que entender que não é o
Grêmio; os responsáveis são a empresa OAS e a Prefeitura de Porto Alegre. Não é
o Grêmio! Nós não estamos falando de torcida, de time de futebol. As pessoas
têm que ter atitude de cumprir com o projeto social na comunidade. Era o maior
projeto da comunidade. Uma demanda de 20 mil pessoas da comunidade. O que é
isso, cara?! O processo está na SMOV como “em comparecimento”. Vamos ter que
fazer uma forcinha, Vereadores, para sair o centro comunitário, porque senão
nós vamos ter que ir para rua. Nós estamos com vários problemas naquela
comunidade porque foi feito um acordo de contrapartida e não estão cumprindo. É
centro comunitário, é habitação, está uma bagunça! É comunidade sem água, sem
esgoto. O que é isso, cara? Nós vamos ter que fechar a freeway, fazer um movimento lá, ou vir com a comunidade para cá,
porque assim fica difícil mesmo. Eu nunca vi isso aí, tu fazeres uma demanda
sobre uma entidade, que é para toda a comunidade, e os caras enrolarem.
Eu tenho um ofício
aqui, do ano de 2009, antes de sair o estádio de futebol, de quando eu vim
pedir à CEDECONDH, e não deram audiência para a comunidade. Já sabiam que a
escola ia ficar em cima do terreno do centro comunitário – o Secretário do
DEMHAB era o Tessaro, na época do Fogaça, que já havia feito uma entrevista com
o jornal Zero Hora dizendo que lá era área do centro comunitário. Eu também tenho
aqui um termo de compromisso, do Programa Entrada da Cidade, dizendo que
naquela área onde colocaram a escola seria o centro comunitário. A gente fez de
tudo para a escola, para os riquinhos irem para lá? O que é isso? E a população
pobre se danar? Vamos se ligar, gurizada! Eu guardei toda a documentação.
Tentaram passar uma rasteira na comunidade, mas não conseguiram. Agora quero
ver quem é galo, no dia 12, porque há uma audiência na Vila Farrapos, sobre o
centro comunitário. Vereador que fala que é galo, que bate no peito, quero ver
lá na comunidade. A nossa comunidade não é violenta, não, não se preocupem. As
passeatas que estão na rua também não são violentas, são só algumas pessoas que
querem fazer baderna. A nossa comunidade veio na CEDECONDH, todos ficaram
quietos, fizemos tudo que tinha que fazer, numa boa, mostrando que a periferia
é educada. Muitos falam que a periferia não é educada, mas, às vezes, a gente
vê muita coisa pior aí na rua, neguinho formado, roubando do povo, querendo
levantar a cabecinha, e não é assim. Então, está na hora de ter atitude. Vamos
acabar com isso aí no Brasil, isso tem que acabar. Fazer estádio de futebol,
bonitinho, e a população se ferrando?! Não sou contra o futebol, não tenho nada
contra o futebol, mas o povo precisa, primeiro, de educação, precisa de
melhores hospitais, precisa de uma vida melhor.
Eu não consegui
salvar a vida de muitos moleques na vila, muitos moleques morreram. Eu fiz
muito esforço na minha comunidade, fiz muita oficina, muitos shows, corri atrás de escolas para a
comunidade. A primeira entidade da qual eu sou Presidente é o centro
comunitário, que tem um espaço, mas não tem um prédio construído; tem o espaço
e tem a verba, mas não tem o prédio. Nunca lidei com verba pública, nunca!
Todas as oficinas e o nosso movimento social na comunidade foram gratuitos,
foram de esforço, por amor pela comunidade. Está na hora de mudar alguma coisa,
não é, Vereadores? Está na hora de ir lá, ao PIEC, ver o que está acontecendo,
essa confusão que estão fazendo. Mais moleques estão se entregando para a droga
e dizendo: “Eu tenho que resolver o problema da pedra”. Pelo amor de Deus,
quando o moleque está lá, no final de semana... As entidades que têm na
comunidade só dão para criança pequena, porque são limitadas, não têm espaço
para juventude, não tem para o idoso. No fim de semana, o pessoal não faz nada
na comunidade. Os caras foram construir a praça, dizendo que era a primeira
parte do centro comunitário. Vão tomar vergonha na cara! Lá foi feito um
acordo: é a escola e uma praça que estão lá. Do centro comunitário, vocês não
fizeram nada ainda. Vocês, que eu falo, é a Prefeitura. Eu não vim para julgar
ninguém aqui, eu vim para pedir o apoio de vocês. Vocês são Vereadores, vocês
são fiscais. Deem uma olhadinha lá no PIEC. Tem alguma baderna acontecendo!
Porque, se as coisas não acontecerem por aqui, vão ter que acontecer por outro
lugar, pela Justiça, pelo Ministério Público, para fiscalizarem esses acordos.
Tenho mais uma coisa para dizer para vocês: a OAS foi lá dentro, fazer acordo
na comunidade. O que é isso? Isso não existe! A OAS fazer acordo dentro da
comunidade! Estava lá no OP a patotinha da OAS fazendo acordinho na comunidade.
Isso é a maior vergonha! Alguma coisa errada está acontecendo! E outra coisa que
vou dizer para vocês: quando colocaram o estádio de futebol, não deram voz para
a comunidade; fizeram uma Audiência Pública dentro da comunidade, e não deram
voz para a comunidade! É muito estranho! Fizeram uma Audiência Pública da SMAM,
para colocar aquele estádio de futebol lá, e não deram voz para a comunidade!
São muitas coisas erradas! Se a gente for aprofundar, trazer a comunidade para
cá... É uma vergonha! É uma vergonha! Nós vamos ter que dar um jeito nisso,
senão, eu vou ter que ir para a rua, vou ter que trazer o meu povo para a rua,
vou ter que ir para a mídia conversar com os caras, botar isso na televisão,
porque a verba está lá, o espaço está lá, e os caras não tomam atitude, ficam
enrolando a comunidade. O que está acontecendo na Prefeitura? O que é isso? Vão
deixar os moleques se matando até quando? Vão deixar essa violência que está na
rua? São os filhos de vocês que estão na rua também, de qualquer um que está
aqui dentro. Vocês sabem que, com um equipamento desses, a gente não vai salvar
todo o mundo, mas a metade a gente consegue salvar. Sou eu, são vocês que estão
na rua, é um bando de pessoas. Se não tiver oportunidade, é isso mesmo! É como
falam na nossa língua do hip-hop: é a
rua, mano! Porque os caras não vão ter o que fazer. Não tem nada, não tem
curso, um centro comunitário, que é para ter rádio comunitária, estúdio
comunitário para gravar o CD da molecada, diversas oficinas, dar oportunidade
aos velhinhos fazer a parada deles nos fins de semana! E mais, as entidades da
comunidade não abrem aos fins de semana, elas não têm estrutura; o centro
comunitário é para abrir direto, para dar essa estrutura, entendeu? Então, é
isso que eu falo, cara, é atitude. Peço que as pessoas tenham consciência, a
política no Brasil tem que mudar.
O meu muito obrigado
às pessoas que me escutaram. Tenham consciência. Muito obrigado mesmo. Ajudem a
comunidade, vamos nos interessar pelas coisas mais importantes no Brasil. Muito
obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado.
Convidamos o Sr. Roni da Silva a fazer parte da Mesa.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado,
Presidente. Roni, em nome da Bancada do PSD, deste Vereador e do Ver.
Bernardino Vendruscolo, quero te dizer que não estou olhando o lado de azuis ou
vermelhos; todos sabem que o meu clube do coração é o Grêmio, que não tem nada
a ver com isso, está fora disso. O Grêmio fez uma troca da Arena para construir
um estádio maravilhoso na entrada de Porto Alegre. Eu venho, há muito tempo,
Roni, desde o ano passado, cobrando, na Av. Farrapos, bairro Humaitá, que eu
frequento – tenho muitos amigos ali; eu venho cobrando há muito tempo: eu acho
que é uma coisa a mais de Governo e de empreendedor, que é a OAS. Não adianta
termos um monumento tão lindo, como é a Arena – como tu falaste –, e o povo
ficar lá esperando. O povo está esperando mesmo, eu tenho ido lá e tenho visto.
Quero lhe dizer que nós, os 36 Vereadores, nunca vamos abandonar esse povo,
principalmente da minha parte, porque eu sei como é difícil. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; DJ Roni, Presidente do Centro Comunitário, queremos aqui também
fazer uma saudação em nome do PDT à tua liderança, em nome dos Vereadores Nereu
D’Ávila, Mario Fraga e Luiza Neves, esses dois últimos que integram a Comissão de
Direitos Humanos. O Mario, a Luiza, o Janta, o Delegado Cleiton, o Presidente
Thiago e este Vereador acompanhamos a audiência que tratou de toda essa
situação da contrapartida – locação da Escola Vergara – sobre o terreno que
estava destinado para construção do centro comunitário. Nós temos convicção de
que o nosso Governo vai erguer esse centro comunitário para aquela comunidade,
que tu também falaste que há mais de duas décadas o está aguardando e está com
a expectativa de ter esse equipamento comunitário ali para sua comunidade. Eu
tenho certeza que, com a colaboração da Câmara, nós vamos encontrar um desfecho
favorável para quem mais precisa, que é aquele que está lá ponta, como tu bem
disseste, precisando que as políticas públicas cheguem para que o jovem não vá
preso, para que ele não caia na droga e para que ele possa ter alternativas
culturais, esportivas para se envolver. A gente sabe que a cultura e o esporte
são, sem dúvida nenhuma, algo muito relevante, e, através do trabalho do centro
comunitário erguido, isso vai poder ser feito de maneira muito propositiva para
tua comunidade.
Parabéns pela tua
coragem, por tu teres vindo aqui. Deixo um abraço fraterno da Bancada do PDT.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, ao
cumprimentá-lo, cumprimento o Sr. Roni da Silva – nós já nos conhecemos. Eu
acompanhei grande parte dessa caminhada que hoje tu denuncias aqui e para a
qual pedes ajuda.
Eu quero dizer,
primeiro, que, de fato, o PIEC recebeu um atraso de oito anos, não só nos
equipamentos que previa – PIEC, para a população que está nos assistindo, é o
Programa Integrado da Entrada da Cidade: não só as moradias populares, o
descaso e o descuido com a superaglomeração das comunidades, hoje, em torno da
Arena do Grêmio, mas também o prejuízo em relação aos equipamentos previstos
pelo PIEC, um Programa Integrado que pensava na moradia, mas também no
trabalho, nos galpões, nas creches, nos espaços de cultura e lazer. Quando a
Arena do Grêmio foi se instalar, nós, da Comissão de Educação, recebemos a
demanda da reconstrução da Escola Oswaldo Vergara. O senhor sabe muito bem que
o Secretário Busatto, à época, acabou convencendo algumas lideranças da
comunidade a usar o espaço que era para o centro comunitário. A nossa grande
resistência era que um equipamento público como a Escola Oswaldo Vergara fosse
ocupar o espaço de outro equipamento da comunidade, ou seja, a comunidade ia
perder o espaço da Escola Oswaldo Vergara e acabou perdendo o espaço do centro
comunitário, porque a Escola foi para lá! Então, a isso se juntou o conjunto de
contrapartidas que a OAS tinha que dar ao Município no Termo de Compromisso e
que foi aliviada, lamentavelmente, pelo Sr. Prefeito e pelos Secretários
responsáveis, inclusive pelo Secretário Busatto, que tem grande
responsabilidade, agora, em dar solução ao centro comunitário.
Quero dizer, Roni,
que os prejuízos do Humaitá são imensos. Por mais que alguns digam que a Arena
do Grêmio trará desenvolvimento, o que nós queremos é que as pessoas, as
milhares de famílias – nas quais tu estás incluído, e lideras um grupo
importante que moram no entorno do Arena do Grêmio – evoluam, tenham progresso,
tenham dignidade, porque é delas aquele lugar, porque é ali que elas viveram,
que elas construíram suas vidas. E todo mundo, no País inteiro, qualquer pessoa
com que falamos em Porto Alegre diz: “Olhem aquela miséria no entorno da Arena
do Grêmio! Um oásis em torno da Arena do Grêmio... Não é possível!” E a
mediação disso quem faz é o Governo Municipal.
Portanto, eu estou
aqui consultando meus Pares, Ver. Professor Garcia, Vereadores da CECE, para
nós abrirmos uma audiência sobre o tema dos equipamentos culturais e esportivos
no entorno da Arena do Grêmio, que é da nossa pauta, da Educação e Cultura. Se
o Roni aceitar, nós agendaremos possivelmente para a primeira reunião de
agosto, porque, até o recesso, as reuniões já estão todas agendadas.
Então, eu quero dar este
encaminhamento, Sr. Presidente: uma reunião para a qual chamaremos o Governo
Municipal para que ele traga as alternativas para o centro comunitário.
Parabéns pela tua
luta – é uma luta de todas as lideranças do Humaitá; é um direito da comunidade
do entorno da Arena do Grêmio, e nós estamos perfilados nesse tema.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, eu queria cumprimentar o Sr. Roni. Já vou falar da nossa audiência
– a Ver.ª Luiza Neves é também da Comissão, junto conosco –, sobre o assunto
que o Sr. Roni trouxe.
Queria falar em meu
nome e em nome do Ver. Pedro Ruas, pois estou falando pela Liderança do PSOL.
Quero falar da gravidade da situação – acho que a Ver.ª Sofia fez uma bela
retrospectiva. Neste momento, o pequeno terreno que sobrou para o centro
comunitário, que está há 20 anos previsto pelo PIEC, está sendo disponibilizado
pela Prefeitura para a OAS construir um centro cultural. Então, estão fazendo
cortesia com o chapéu da comunidade! Isso é muito grave. É muito grave para o
bairro, para os moradores, para as lideranças e para a possibilidade de ter um
espaço para os movimentos sociais e entidades organizarem a sua luta, que está
sendo atacada, porque querem usar o espaço que deveria ser da comunidade para
esse centro cultural, que não é discutido com a comunidade, que não é a
comunidade que vai gerenciar. E, ao mesmo tempo, é parte das contrapartidas da
OAS; então, estão querendo ceder um terreno público para a OAS, que já teve boa
parte das suas dívidas assumidas pelo Município de Porto Alegre, o que foi
muito criticado por nós, pela Bancada do PSOL, porque dívida da iniciativa
privada tem que ser paga pela iniciativa privada, não pelos cofres públicos.
Então, este tema é
muito importante, assim como a questão da casa de passagem da Rua Frederico
Mentz, que nós discutimos na Comissão, também. Tem pessoas que estão há sete
anos lá; foi feito o acordo em 2009 para que fossem incluídas no PIEC, na
Região, e até agora não andou, as pessoas seguem morando em péssimas condições,
na casa de passagem. Nós queremos trazer, como PSOL, em nome do Ver. Pedro Ruas
e em meu nome, o nosso apoio à tua luta e à luta da comunidade pelo centro
comunitário e pela inclusão dessas famílias no PIEC. E queremos convidar todos
os Vereadores – agora falo em nome da Comissão de Direitos Humanos, formada
pelo Ver. Mario Fraga, Ver.ª Luiza Neves, Ver.ª Any Ortiz, Ver. Marcelo
Sgarbossa, Ver.ª Mônica Leal e esta Presidente – para a audiência pública que
faremos na sexta-feira, às 19h, na comunidade. Gostaríamos de contar com a
presença de todos os Vereadores e Vereadores que possam estar conosco nessa
audiência para discutir estes dois temas. É fundamental que seja dentro da
comunidade para que ela possa participar.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado,
Ver.ª Fernanda. Só faço um pequeno reparo: vai ser uma audiência – todas as
audiências são públicas – da Comissão, até porque, se fosse da Casa, teria que
sair em Edital e tudo mais. Então, só para deixar bem claro. A Ver.ª Fernanda
Melchionna, que é a Presidente da Comissão, já está dizendo que a sua Comissão
vai ter uma audiência na comunidade no dia 12.
O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quero dar as
boas-vindas ao Roni, que vem a esta Casa, e quero dizer, Roni, que eu tenho
trabalhado bastante lá na região. Nós discutimos aqui aquela revitalização das
praças, eu dei nome a várias praças, várias ruas, tenho contato muito seguido
com o Bareta. Eu sou do tempo da sede da associação dos moradores, do tempo das
reuniões lá, discutimos, e eu não sabia da existência do Centro Comunitário
Entrada da Cidade. A gente tem acompanhado várias demandas, e eu quero
cumprimentá-lo por ter vindo aqui e colocado esses assuntos, pois eu não sabia,
por exemplo, que tinha essa verba dentro do PIEC, que é um financiamento já
muito antigo, do tempo do Fonplata, não é? Mas acho muito bom. Não sei se V.
Sa. tem tratado com algum Vereador, mas eu me coloco à disposição, quero
dar-lhe as boas-vindas, e, em nome da Bancada do Partido Progressista – do Ver.
Villela, da Ver.ª Mônica Leal e em meu nome – e dizer que estamos à sua
disposição. Gostaria, Sr. Presidente, também, se possível, de receber uma cópia
da demanda apresentada aqui para que possamos tomar as devidas providências.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR CECCHIM: Roni, meus
cumprimentos por ter vindo aqui e ter falado a tua linguagem; você falou como
você fala na comunidade, e é assim que tem que ser. Eu fui Secretário da SMIC
durante seis anos e estive lá, porque faziam esse PIEC, de que a Ver.ª Sofia
Cavedon falou... Ela não ouviu. Você falou que todos os Governos, desde o dela,
até agora, 20 anos já, vêm fazendo isso. Eu me preocupei com os cursos de
qualificação lá dentro da comunidade, e muitos fizeram curso de operador de
empilhadeira, por exemplo, de empregos que eles pudessem usar lá mesmo. Essa
população precisa também que se dê a qualificação para que haja empregos lá.
Não adianta fazer cursos de artesanato com folha de bananeira, se não tem
bananeira e tem que buscar longe. Acho que o Centro Comunitário ajuda muito,
ajuda muito a convivência, e quando há uma boa convivência, tem algumas boas
saídas. Vi que você falou dos amigos que estão presos, mas tenho certeza que a
comunidade se espelha mais em você, que veio aqui, que faz a diversão, muitas
vezes, daquelas pessoas que estão lá e fala a linguagem daquele bairro.
Cumprimentos pela tua linguagem e pela tua coragem clara do que você quer.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Muito
obrigado. O Sr. Roni da Silva está com a palavra para as considerações finais.
O SR. RONI DA SILVA: Gostaria de
agradecer a todos os Vereadores e dizer que esta é uma luta conjunta, não tem
“A” nem “B”, e que as pessoas tenham atitude. Desculpe, Vereador, mas volto a
falar que o mais importante para a nossa comunidade é ter esse Centro
Comunitário. A gente sabe que tem lá um espaço de futebol, que relatei, e, para
mim, isso é difícil, pois são 20 anos, mas, igual, gostaria de agradecer e
dizer ao pessoal que a gente tem que pegar fundo nisso aí, pessoal, porque isso
é uma coisa que está vindo à tona na comunidade, está toda a comunidade
sabendo. A gente tem que anunciar para a comunidade isso, a gente não pode
esconder, porque o Centro Comunitário é para todos.
Gostaria muito de
agradecer mesmo a todos vocês, de coração, e que as pessoas tenham atitude.
Hoje em dia, a política é de atitude. Que a gente não deixe muitos jovens,
crianças – crianças que vão se tornar jovens – perdidos, porque a gente tem um
grande espaço para oficina. Gostaria de dizer para o senhor ali que as oficinas
são de tudo que é área, senhor: desenvolvimento do trabalho, no esporte... Um
centro comunitário é um todo; um centro cultural, ele é limitado, ele vai
trabalhar mais na atividade cultural. Infelizmente, temos de ser sinceros. Por
que estamos lutando pelo centro comunitário? Porque ele é para todos os
espaços. A gente tem um espaço grande para o esporte lá, também, para desenvolver
o esporte.
Então, é uma luta de
todas as pessoas aqui. Fiscalize, Vereador. Vá ao PIEC, peça a cópia para nosso
presidente. Tem a cópia dos contratos, eles anularam e reassinaram de novo,
está toda a documentação aqui, entreguei para o Vereador desde o primeiro
projeto. Conto com a presença de todos vocês, preciso de todos vocês. Não
preciso de um Vereador, preciso é de todos os Vereadores de Porto Alegre.
Todos. Porque, sabem como é que é, todo mundo vai fazer campanha no ano que
vem. O cara que vai pedir voto em primeiro lugar tem que ter vergonha e ir lá
dizer: “Eu ajudei no trabalho social de vocês aqui”. A gente não pode estar
dividindo uma coisa para um, para outro; a gente tem que ser sincero na vida.
Botar os pés no chão. Muito obrigado mesmo, cara. A partir do momento em que
estou aqui, tem muita gente na esquina fazendo coisa errada, e eu posso estar
tirando eles de lá, com aquele prédio lá, com grandes projetos. E a galera está
na esquina. Muito obrigado mesmo. Muito obrigado de coração. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado,
Roni. Quero dizer que esta Casa, Roni, tem sido muito responsável nos temas que
recebe. Claro que cada Vereador tem um trabalho comunitário diferenciado, cada
um dos 36 Vereadores; alguns, como é o meu caso, são mais vinculados à Saúde,
outros são mais vinculados à Cultura, mas, quando a demanda é justa e vem do
coração, como aconteceu aqui, hoje, a gente sempre dispõe a ajudar. Um abraço e
segue nesta tua luta.
O Sr. Secretário procederá
à leitura das proposições apresentadas à Mesa.
(O
Ver. João Carlos Nedel procede à leitura das proposições encaminhadas à Mesa.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente,
muito rapidamente, gostaria de solicitar a atenção dos Srs. Vereadores para
dizer que, por uma solicitação de vários Vereadores que estavam com problema de
agenda na sexta-feira que vem, para a realização da Audiência Pública da
CEDECONDH, na comunidade da Vila Farrapos, nós a remarcamos para o dia 6 de
agosto. Todos os componentes da Comissão já foram consultados. Para os demais
Vereadores que certamente vão querer estar conosco, vou mandar e-mail para todos avisando da data.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigada,
Ver.ª Fernanda. Acho que a sua colocação é muito importante, porque nesta
semana caiu o sinal momentaneamente da TVCâmara – TV aberta –, e nós, num
período de 40 minutos, recebemos 15 ligações de pessoas querendo saber o que
havia acontecido. Isso mostra que é importante o seu esclarecimento para que
não cause nenhuma dificuldade.
Passamos ao
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Bernardino Vendruscolo.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver. Bernardino, obrigada a V. Exa. que me cede o
seu tempo, por favor, fique à vontade se desejar me apartear, se for o caso.
Agradeço a V. Exa., porque acho que este é um momento de final de semestre, e a
Cidade não para de apresentar surpresas e nos sacudir, na condição de
Parlamentares.
O incêndio do Mercado
Público reacende o debate dos cuidados da prevenção de incêndio, da segurança,
do cuidado com o público, e com o público que frequenta em grande escala os
nossos equipamentos.
Houve muita
controvérsia de sábado para cá. Eu, inclusive, estive no centro dessa
controvérsia e aproveito este espaço para deixar muito clara a crítica, mas uma
crítica não eventual, oportunista, como muitos querem dizer, porque é muito
difícil, quando acontece algo agudo, é muito difícil aos gestores aceitarem uma
crítica e muito fácil dizer: “Olha, em uma hora dessas...”. Quando a crítica
aparece do nada, eu concordaria, mas a gente já vem fazendo há algum tempo o
debate sobre o tema da manutenção dos espaços públicos, sobre a cedência dos
espaços públicos em PPP, sobre o projeto de humanização – dito humanização – do
Centro, o que justifica e fundamenta o meu posicionamento. Óbvio que ninguém
vai responsabilizar o Prefeito, não é isso. Acidentes acontecem, nem tudo é
possível de ser controlado. Nós estamos muito felizes que os danos foram só
materiais, estamos um tanto aliviados, porque, pelo tamanho da chama, pelo
chocante das imagens, pela contraposição daquele vermelho do fogo em relação ao
escuro da noite, a impressão que tínhamos é que não restaria nada do Mercado
Público. Agora, o debate dos destinos do Largo Glênio Peres e das opções de
gestão na cidade de Porto Alegre justifica uma crítica contundente, sim,
porque, hoje, em frente ao Mercado, há um chafariz longitudinal. Houve uma
grande obra, inclusive, hidráulica, para viabilizar aquele chafariz. Durante as
obras, enquanto ficou com um tapume, os permissionários do Mercado Público
perguntavam do que se tratava. E nos perguntavam: o que é isso? Nenhum debate
com os permissionários – eu tenho certeza – houve para as intervenções, não do
chafariz, mas do Largo Glênio Peres. Houve, sim, muita controvérsia, Ver.
Valter, que começa a reagir, na retirada dos nossos artesãos da Feira do
Artesão, da Feira da Economia Solidária. Houve uma escolha: o Largo não é para
isso, não é para feiras; é para não sei o quê. Sei que uma empresa privada o
adotou; o totem ali está. E a contrapartida da empresa, à escolha da
Prefeitura, foi fazer um chafariz. Ao lado disso, está o Mercado Público, onde
nós, almoçando, sentimos os pingos do telhado; as goteiras caindo na mesa de
refeições nos quadrantes lá em cima. Os banheiros lentamente sendo arrumados,
com períodos longos sem nenhum banheiro a funcionar no Mercado Público, e ainda
são banheiros estreitos, inadequados. O elevador do Mercado Público... Um
cadeirante pediu que eu o acompanhasse para entrar no elevador. Eu nunca uso o
elevador – isso foi no ano passado –, mas é insuportável, Ver. Mauro Pinheiro,
o cheiro dentro do elevador, porque ele é usado para necessidades do pessoal.
Muitas vezes, então o cadeirante, a pessoa com deficiência, aguenta – o que é
um horror – as condições do elevador do Mercado Público! Trago algumas
situações que vínhamos acompanhando, como o debate do uso ali do espaço de
artesanato: eu já vi exposição de automóveis em lugares que são destinados à
cultura popular, à economia popular e à manifestação do povo de Porto Alegre.
E um episódio desses
encontra o Mercado Público sem Plano de Proteção contra Incêndio – PPI. Será
que resolveria? Não sei se resolveria, mas num episódio desses, num início de
fogo, possivelmente um bom estudo, um bom Plano de Proteção contra Incêndio,
que a gente sabe que custa caro, tem que superar as burocracias, tem que ter
prioridade, provavelmente identificaria e colocaria um mecanismo – uma vez que
não ficam pessoas no Mercado num longo período –, que reagisse ao fogo, até
chegarem os bombeiros. O tema é esse, o tema é como priorizamos o que está
sendo priorizado em Porto Alegre, quando principalmente se colocam as PPPs, e a
gente está assistindo o Araújo Vianna, que agora chama Oi Araújo Vianna O
Araújo Vianna é uma PPP emblemática disso, uma concessão, na verdade, com
grandes shows, inacessíveis shows para a maioria da população porque
são caros, shows importantes de
artistas globais que todos nós gostaríamos de assistir. Só que o edital de
concessão fala em 80 horários, vagas ou dias em que tem que ser público e gratuito.
Alguém tem notícias de quantas atividades e shows,
públicos e gratuitos, são oferecidas no Oi Araújo Vianna?
Então o tema de como
se equilibra o que é essencial, o que é acesso à cultura, o que é preservação
dos nossos próprios, dos nossos bens materiais e imateriais, dos nossos bens
tombados versus essa lógica de que o que é público não dá para o público
manter, tem que fazer PPP. Esse delicado equilíbrio está, sim, em avaliação,
quando acontecem situações como essa, com necessidade de reavaliação. Eu já
recebi – Ver. Valter, que está interessado no tema –, ontem mesmo, uma denúncia
ou um alerta sobre o Camelódromo, cujo estacionamento custa R$ 8,00 a primeira
hora, estacionamento que rende muito e que não estava no negócio da concessão.
Será que o Camelódromo tem PPCI? Porque no Camelódromo tem muito material
inflamado, não é só PPCI, é alvará contra incêndio. Será que o Camelódromo que,
esses dias, tinha uma saída de emergência fechada por uma fita, tem segurança
para todas as pessoas que circulam dentro daquele caixote?
Então, senhores, acho
que esses episódios servem... E espero que, agora, já que temos a prontidão do
Governo do Estado e do Governo Federal – que se colocaram juntos – para
resolvermos, o mais rápido possível, os prejuízos dos permissionários, possamos
ter o Mercado Público, de novo, acessado pela sua comunidade, junto às
providências imediatas. É certo que a cidade de Porto Alegre terá que ter um
outro cuidado, uma outra gravidade no tratamento do tema dos planos de
prevenção de incêndio, de segurança dos espaços públicos, do cuidado com o
tratamento, com a acolhida das pessoas, na mediação, na democracia, nos
encaminhamentos das mudanças que se operam em Porto Alegre. Esse é o debate.
Está marcado um
abraço ao Mercado Público, na sexta-feira, dia 12, e o texto que o fundamenta
recupera todo o movimento pela alegria pública, recupera a ocupação pelo
Tatu-Bola, rejeitado pela nossa juventude, Cecchim. Tanto é rejeitado pela
nossa juventude que a massa começou a ocupar as ruas depois disso. Tanto é
rejeitada uma implantação de obras da Copa, pela nossa juventude, sem
discussão, que, a partir do momento em que tiraram os jovens que aqui
acampavam, o crescimento do movimento se deu em Porto Alegre. Porto Alegre
iniciou os grandes movimentos do Brasil. Ninguém vai tirar o mérito de Porto
Alegre, que instalou o Comitê Popular da Copa e conseguiu botar 500 pessoas
caminhando na Av. Tronco, na semana passada, discutindo por que a obra lá chega
antes do que a moradia de quem lá vivia. Então, senhores, não é uma brincadeira
que nós estamos vivendo. Nós estamos vivendo um momento de transformação. A
sociedade veio para a política, as redes sociais permitiram um debate político,
como nunca antes visto, por pessoas que nunca antes participaram do debate da
política. Elas começaram a incidir sobre a política, e isso tem que ser muito
positivo, tem que ser saudado, é um aprendizado novo, é um momento único do
Brasil. Isso é resultado de experimentação democrática. É resultado de 30 anos
votando e experimentando a consequência do voto e discordando da consequência
dos votos, vibrando com algumas evoluções importantes, discutindo e
questionando outras. Os jovens, que foram para rua, deram uma grande lição e
movimento à política. E a política somos nós, hoje, que a representamos.
Em Porto Alegre –
hoje nós debatíamos na reunião da Mesa e Lideranças –, os Vereadores estão
sentindo a reação do povo sobre as suas votações. Bem-vinda a reação do povo
sobre as votações da Câmara de Vereadores. As nossas votações são importantes.
Não dizem respeito a nós e ao nosso Partido! Não dizem respeito a nós e ao
nosso Governo! Não dizem respeito a uma posição política de contraposição ou
adesão; dizem respeito à vida das pessoas! São importantes, portanto, as nossas
votações; e o povo começa a prestar atenção. São importantes as decisões e os
encaminhamentos que o Prefeito faz; e o povo começa a prestar atenção. Eu
dizia, na reunião de Mesa: “Não pensem que as minhas posições não são
questionadas. São! Não são só as posições de Governo são questionadas.” Toda a
posição tem lado e o lado é questionado, que bom! Novos ventos assopram na
democracia brasileira. Ventos de consciência crítica, ventos de cidadania, que
nos empurram para uma maior capacidade de leitura, de interlocução com o povo,
de representação de fato, de ampliação dos espaços de participação direta, de
respeito e de acúmulo com a sociedade, para que ela se sinta representada nas
mudanças que o Brasil vem vivendo.
Então, é nesse bojo
que eu coloco o contexto das obras da Copa em Porto Alegre, o episódio do
Mercado Público e o destino que nós estamos dando para os espaços públicos.
Agradeço, Ver. Bernardino Vendruscolo, por esse espaço, porque isso torna mais
graves, mais importantes, Ver.ª Jussara Cony, Ver. João Derly, as decisões que
nós tomamos agora. Institucionalizar o acesso à participação nascente é muito
importante. Digo que a população tem condições, sim, de dizer que contrato
social ela quer, que mudanças ela quer ver acontecerem no Brasil, aprender com a
sua opinião, respeitar e ouvir a opinião dos outros e ver que o Brasil é
resultado, sim, de luta de classes; é resultado, sim, da luta dos direitos
sociais contra a acumulação do capital; é resultado, sim, da contraposição de
quem luta por direitos em relação a quem quer manter privilégios. E, por esse
passar a limpo, passará, sim, não só o Legislativo; passará o Executivo,
passará o Judiciário, porque a impunidade também não pode se manter,
preservar-se, porque a impunidade, lá de cima, produz uma ojeriza à política.
Então, senhores, eu
encerro o Grande Expediente dizendo que essas são as reflexões que nós fazemos.
Nunca é gratuito! Quando a oposição dá uma opinião, ela dá uma opinião porque
ela quer que a sociedade evolua, porque ela tem responsabilidade com o
exercício dessa democracia. Portanto, tivemos grandes lições do mês de junho, e
que bom que essas lições não trouxeram situações graves! Que bom que o Mercado
Público renascerá forte, como renascerá a democracia neste País!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago): Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Airto Ferronato, solicitando Licença Luto no
período de 2 a 9 de julho de 2013, pelo falecimento de sua mãe. Novamente, quero dar os nossos pêsames ao Ver. Airto Ferronato.
O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do
Ver. Cassio Trogildo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dr. Thiago; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, nossos colegas servidores do Legislativo, das diversas Bancadas;
Rejane, querida amiga da Liderança do Governo; senhoras e senhores que nos
acompanham pela TVCâmara, pela rádio; meus companheiros de Partido, Ver. Idenir
Cecchim, Ver.ª Lourdes, Ver. Professor Garcia; meu agradecimento, Sr.
Presidente, em especial ao Ver. Cassio Trogildo pela troca de tempo que
fizemos; senhoras e senhores, em primeiro lugar, quero dizer que é um dos dias
mais tristes da história da nossa Porto Alegre. Felizmente, Vereadores,
Vereadoras, a tragédia não foi maior, não foi aquilo que talvez nós, no
primeiro momento, e dado o impacto das imagens, talvez pela chuva, pela
condição climática, imaginávamos, no sábado à noite, Ver. Paulo Brum. Eu ainda,
horrorizado, assistindo, rezava para que a estrutura central de aço do Mercado
resistisse, Ver. Tarciso; e rezava para que, aquilo que, a olhos vistos
acontecia, o fogo se propagando com uma velocidade enorme, fosse possível de
ser estancado. E, de alguma forma, quase que em pânico e paralisado, observávamos
também que os bombeiros lutavam, como heróis que são, mas os meios eram
insuficientes. Especialmente ali na Rua Júlio de Castilhos, durante muito
tempo, quando o Memorial do Mercado queimava, nós enxergávamos que,
infelizmente, os meios não eram suficientes. Isso nos deixa com este sentimento
de pesar enorme. Nós todos temos uma vinculação íntima com o nosso Mercado
Público, especialmente o nosso Ver. Idenir Cecchim, que foi Secretário da
Indústria e do Comércio, eu fui Secretário; nós fomos responsáveis pelo
Mercado, nós nos dedicamos muito; conhecemos as pessoas que trabalham no
Mercado, nós conhecemos os mercadeiros, aqueles que fazem a vida do Mercado,
que abrem de manhã e fecham à noite, que fazem disso a verdadeira joia e este
patrimônio, que é mais do que histórico, é um patrimônio afetivo do
porto-alegrense, do gaúcho. As pessoas amam o Mercado, amam de tal forma que
durante o incêndio nós víamos as pessoas comovidas, desesperadas, chorando, e
quantas e quantas em casa também não estavam chorando aquele incêndio que,
felizmente, volto a dizer, não teve as proporções que num primeiro momento
imaginávamos.
Quero lamentar e
dizer que deploro, de forma absoluta, com uma repulsa absoluta, qualquer um que
tente ou ouse tirar proveito político dessa tragédia que enluta todos em Porto
Alegre. A sociedade, ainda no sábado à noite, repeliu, Srs. Vereadores, de
forma muito forte, muito aguda, nas mídias sociais, as tentativas infelizes que
foram feitas de tentar fazer uma exploração daquele infausto da Cidade. Todos
nós chorávamos! E é preciso ter sensibilidade nesses momentos. O Mercado não é
de uma bandeira partidária. Todos nós, no fundo, tenho certeza, com diferentes
modos de caminhar ou encaminhar, desejamos um mundo melhor. Nós não podemos
dividir o mundo nisto que alguns insistem, em bons e ruins, em salvadores e
naqueles que querem acabar com tudo.
A nossa dedicação com
o Mercado, e eu sucedi o Ver. Idenir, nós, quando chegamos lá, não tinha câmara
fria. Fizemos toda a reforma das câmaras frias. Os resíduos orgânicos eram
colocados – o lixo, os retalhos de peixe –, pasmem, dentro da câmara fria. Nós
conseguimos fazer duas separadas: uma exatamente para esses retalhos; pegamos
duas lojas e transformamos na loja de destinação dos resíduos sólidos de reciclagem,
na loja de destinação dos resíduos orgânicos; conseguimos implantar um plano de
alimentação segura no Mercado; conseguimos fazer placas bilíngues em todo o
Mercado, sinalizadas, bonitas, lindas, quando, infelizmente, na Cidade, ainda
temos esse deficit. Quando fomos
cobrados, colocamos bicicletário no Mercado Público, em 35 dias! Há 147 anos
não tinha! Nós botamos os decks na
frente. Nós organizamos o quadrante de feiras. E aí, eu, talvez, fico pensando,
imaginando, que a Ver.ª Sofia perdeu o norte, eu acho. Acho que bateram tanto,
no sábado, quando ela tenta entrar e surfar essa onda, também, que ela perdeu a
bússola. Falou coisas aqui que não têm, absolutamente, cabimento. Dizer que não
tinha diálogo com os mercadeiros ou com as pessoas do Mercado... Mas, quando,
Srs. Vereadores – e nós somos 36 aqui – alguém ouviu falar que tinha, Ver.ª
Lourdes, alguma reclamação, alguma falta de diálogo, algum problema? Muito
antes pelo contrário. Jamais! A relação dos permissionários do Mercado Público,
dos trabalhadores do Mercado Público com o Poder Público sempre foi a melhor
possível, Ver.ª Jussara Cony.
Para ver a
pluralidade do Mercado, nós tínhamos lá uma loja do MST; tem uma loja da
Economia Solidária no Mercado; tem uma loja dos Parceiros Voluntários no Mercado;
tem loja da UAMPA; tem loja da UEE – lá os estudantes vão para pegar passagem
escolar. Tinha a Casa do Doce de Pelotas, que, infelizmente, incendiou. Tinha o
Beijo Frio, que é de uma cooperativa de senhoras, conhecida na Cidade, que tem
uma sorveteria que é uma maravilha. E aí vem dizer que não tem diálogo! Mas se
é algo que houve sempre!
O quadrante de
feiras. Começaram a pressionar, Ver. Villela, porque existem algumas feiras,
infelizmente, que são ligadas à Ver.ª Sofia. São ligadas, politicamente – é,
não tem problema, Ver.ª Sofia, pode ter. Tem uma menina, que era lá do seu
Partido, que liderava, inclusive, esses movimentos, que queria todo o espaço do
quadrante de feiras para elas. Mas o quadrante de feiras tem que ter quatro
semanas por mês e a cada semana abrigar um grupo diferente. Então, entra um
antiquário numa semana, entra a economia solidária na outra semana. E assim a
gente vai revezando naquele quadrante de feiras, que é o espaço para feiras e
para comercialização. E ali se fez, sim, uma feira de automóveis; mas qual é o
problema? Foi feito. Sem problema algum, porque ali é o espaço de feiras,
aquilo é alugado. Quem vai lá, se tem agenda, paga! O Município recebe o
recurso e faz promoção no espaço mais bonito da Cidade. Lá se promovem desde os
menores até grande eventos! Mas que mundo é esse? Que visão odiosa é essa? E
visão odiosa que, volto a dizer, foi rechaçada pela nossa comunidade. Quero
dizer que nós trabalhamos muito pelo Mercado Público. E eu tenho certeza, Ver.
Mauro Pinheiro, de que o Mercado estava em condições: o Mercado tinha hidrantes
que funcionavam, o Mercado tinha extintores de incêndio que funcionavam, e,
infelizmente, houve uma conjugação de fatalidades, que eu, mais ou menos, pela
minha história, consigo imaginar e visualizar e quero compartilhar. Sábado é o
dia em que o Mercado fecha mais cedo. As pessoas todas vão embora. As lojas do
Mercado Público, com aquelas portas tombadas, antigas, têm uma folha de madeira
que abre. Provavelmente – e já aconteceu isso há pouco tempo, e tanto o Mercado
tem meios que combateu um pequeno incêndio que houve noutro dia, numa loja, uma
pessoa deixou uma fritadeira elétrica ligada –, eu não tenho dificuldade em
imaginar, talvez, não estou afirmando, possa ter sido isso, porque hoje nós já
sabemos que foi no setor dos restaurantes que começou o fogo. Então, uma
fritadeira ligada, fica lá, às 20h, de repente o azeite queima, queima o forro
que fica em cima, quem está dentro do Mercado não consegue ver porque as portas
estão fechadas, queima o madeiramento antigo – aquela madeira é de 1.800, é
tombada, aquele telhado era todo de telha francesa. Então, aquele madeiramento
grande, inclusive com forrinho, que queima fácil, queima por dentro e se
espalha por dentro do forro, como um forno! Infelizmente, foi isso que
aconteceu, mas um infausto. E aí, havia poucas pessoas no Mercado e não foi
possível combater o fogo, quando se viu, já tinha tomado aquelas proporções.
Agora, o Mercado tem meios de combater, o Mercado tem hidrantes funcionando, o Mercado
tem saídas suficientes, tudo o que um Plano de Combate a Incêndio possa exigir
de um espaço: mais do que este nosso Legislativo inclusive, mais do que o
Palácio Piratini inclusive, mais do que qualquer outro lugar o Mercado tem!
Então, não se pode, não se deve, o que nós devemos é nos somar, Ver.ª Sofia, V.
Exa. já foi Presidente desta Casa, eu apelo para que tenha um pouco mais de
largueza de visão. Nós precisamos é nos somar agora, neste instante, para
reconstruir o nosso Mercado Público. A Ver.ª Sofia, ainda nessas histórias de
perder um pouco o rumo, o prumo, de misturar as coisas dentro da sua visão,
infelizmente, de um olho só, pois enxerga só com o olho esquerdo, vem se ufanar
de que destruíram o tatu da Copa. Mas, por favor, que caminho queremos
percorrer, Vereadores? Daquela tragédia do tatu, até hoje tem um brigadiano em
estado vegetativo porque levou um paralelepípedo na cabeça. Mas tem gente que
insiste em instigar a violência, o conflito, o imperialismo, os ianques, a
direita, isso, isto e aquilo: “nós precisamos bater, nós precisamos quebrar”!
Assim vai indo, infelizmente. Isso macula, inclusive, a legitimidade de
manifestações tão bonitas. Mas este negócio do Largo se espalha ainda para uma
outra vertente, o Camelódromo. Na mesma discussão ideológica, a Ver.ª Sofia
falou aqui. O Camelódromo tem todos os documentos, Ver.ª Sofia. A única coisa
que o Camelódromo não teve, enquanto a senhora pôde, foi paz. Ela organizou com
outros Vereadores aqui da Casa, e não vou declinar os nomes, mas o Ver. Idenir
Cecchim sabe quem são, quatro manifestações lá dentro que redundaram em
quebradeira, quebra-quebra. Quebraram tudo de tal forma que, quando eu cheguei
à Secretaria, a inadimplência estava em 76%, porque, por um lado, tinha um
discurso que dizia “Vocês não têm que pagar porque aquilo tem que ser público;
o Município tem que encampar, porque dar aquilo para empresários explorarem
vocês é um absurdo fazer uma PPP dessa natureza. Então vocês não têm que pagar,
têm que fazer uma revolta aqui dentro, e o Município vai encampar e vai dar
para vocês”. Isso criou aquele espaço lá dentro, Ver. Socias Villela. Nós
tivemos uma dificuldade enorme em gerenciar isso. Enorme. Porque sempre se
inventam coisas, agora, como vêm inventar de novo que não tem os laudos – mas
tem todos os laudos! Aquilo é uma conquista histórica do Ver. Idenir Cecchim,
da Cidade, da administração do Prefeito José Fogaça. Os camelôs estavam ali no
Centro, na rua, dia frio, dia quente, sol, chuva, na intempérie. Organizamos o
Centro.
Aí, para fechar e
para coroar tudo isso, Senhores Vereadores, desde alguns dias, estamos tendo a
prática fascista, aqui dentro da Câmara, de se criar perfis, fakes na Internet, e se espalhar
posições construindo esse mundo dividido entre bem e mal, e espalhar esses fakes na Internet bombardeando
Vereadores, fazendo print de painel.
Nós, políticos, se vivemos de alguma coisa, vivemos da reputação e da imagem
que nós temos. Ontem, estava o Anderson Silva, Campeão Mundial, em dois
segundos acabou a imagem dele. Leva-se dez anos para construir, dois segundos
para terminar. E por que vamos aceitar, de bom grado, homens limpos, corretos,
probos, que alguns, uns outros, com prática fascista, queiram usar a Internet
para espalhar aos quatro ventos mentiras que depois nós não conseguimos mais
recuperar. Então, essas reflexões todas são reflexões que nós temos que fazer,
que precisam, profundamente, ser feita no seio do Legislativo, porque senão nós
estamos, nós próprios, autoflagelando-nos, dando meios e contribuições para o descrédito
dos políticos em geral, e do Legislativo, em particular. Por último, meus caros
companheiros, quero dizer o seguinte: nós temos orgulho do Mercado Público, nós
amamos o Mercado Público, e nós queremos junto com a Cidade nos esforçarmos
para reconstruir o Mercado Público. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador, requeiro
direito de resposta do pronunciamento do Valter Nagelstein, nos termos do
Regimento, em função de ter sido acusada de organizar a depredação no
Camelódromo e a depredação no Tatu-Bola. São injúrias e difamações e acredito
que o meu pedido têm fulcro no Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Vereadora, vou solicitar as notas taquigráficas para que eu possa, com a
Direção, fazer uma melhor avaliação. Aproveito para suspendermos os trabalhos
para que possamos organizar o nosso painel, que está com problemas técnicos.
Enquanto isso nós vamos avaliando, Ver.ª Sofia Cavedon, o seu encaminhamento.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h31min.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo – às 15h36min): Estão reabertos os trabalhos.
A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores.
Eu, como toda a cidade de Porto Alegre, fiquei chocada com as imagens, na noite
de sábado, do incêndio ocorrido no Mercado Público. E todos nós, num desespero
enorme, para que os bombeiros conseguissem realizar o seu trabalho e para que
os instrumentos funcionassem para apagar as chamas, que, felizmente, não
comprometeram tanto quanto se imaginava diante das imagens. As notícias são de
que apenas 10% da estrutura do Mercado está comprometida, além da vistoria que,
evidentemente, irá avaliar as origens do incêndio. Nós, nesse sentido, temos
muitos debates a fazer daquilo que é o coração da Cidade, o patrimônio de 144
anos em que cada um dos porto-alegrenses tem a sua memória, seja a memória dos
sorvetes da Banca 40, dos hortifrutigranjeiros, seja dos restaurantes, do
espaço mais democrático da nossa Cidade onde está o Bará, onde tem um símbolo
de transeuntes, de passantes e que é usufruto democrático de um espaço público.
Justamente por isso, eu fiquei profundamente revoltada com a fala do Valter
Nagelstein nesta tribuna. Primeiro, porque, além de desrespeitar uma Vereadora,
ele faz questão de dizer que está tudo bem e que esteve tudo bem. Nós queremos
que o Mercado Público seja reaberto o mais rápido possível, um espaço
democrático, público; que sejam feitas as reformas necessárias, que haja uma
alternativa para os comerciantes. Eram dois mil trabalhadores que trabalham no
Mercado Público e que, sim, reclamavam da SMIC, de quem há seis meses estavam
esperando a reforma do banheiro; que, sim, tinham as suas pautas como
comerciantes da nossa Cidade. Mas, independente disso, dizer que foi tudo bem
na noite de sábado é desconhecer o desespero! Os hidrantes não funcionavam, os
populares gritavam: “Água, água, água”! Isso é desconhecer que o Mercado
Público não tinha PPCI! E se tivesse gente dentro do Mercado Público? Não tinha
Plano de Prevenção Contra Incêndio, nunca teve! Não funcionou o hidrante que
tem dentro do Mercado Público! Uma comerciante que estava lá dentro falou isso
hoje na televisão, e ela conseguiu sair – ainda bem, junto com a sua família –,
mas o fato é que ele não funcionou! E como está tudo bem? O fato é que o Corpo
de Bombeiros funciona com menos efetivo do que deveria, que tem as suas
condições de trabalho sucateadas! A associação dos bombeiros está alertando
sobre isso há muito tempo! Eles estiveram aqui nesta Câmara falando, pedindo a
desvinculação da Brigada para ter mais recursos para a Corporação! Como está
tudo bem? Não está! Nós temos que nos alertar para essas situações! É
impossível silenciar! Como pode o Mercado funcionar sem Plano de Prevenção
Contra Incêndio! E o Vereador vem a esta tribuna dizer que estava tudo bem e
que todas as providências haviam sido tomadas anteriormente a tragédia que fez
a Cidade chorar; os comerciantes, desesperados, com as suas mercadorias! Mas
não estava tudo bem! Nós queremos saber quais prédios públicos não têm Plano de
Prevenção e Proteção Contra Incêndio. Quais outras situações que acontecem na
cidade de Porto Alegre! Queremos saber a previsão para a reabertura do Mercado
verdadeiramente público. E é importante que esse seguro possa ser utilizado,
que entre no PAC Cidades Históricas, que haja a reconstrução do Mercado o mais
rápido possível, para devolver esse espaço para a Cidade! Mas o que eu não vou
aceitar nesta tribuna são mentiras em cima de mentiras! Mentiu sobre os
camelôs, que foram tirados do Centro da nossa Cidade e jogados à revelia no
Camelódromo, que não têm recurso para pagar o aluguel abusivo, porque mente
sobre a privatização dos espaços! Ele fez uma lei que restringe o uso do Largo
Glênio Peres! Ele fez quando era Secretário da SMIC, e vem a esta tribuna
mentir que não há privatização do espaço público! Mistura alhos com bugalhos,
falta com a verdade e, pior, tem vergonha das suas votações! Porque, sim, nós
colocaremos todas as votações desta Câmara na Internet! O povo tem direito de
saber! Quem tem vergonha das suas votações, que mude o voto! (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. VALTER NAGESLTEIN: Sr.
Presidente, me valendo da mesma condição invocada pela Ver.ª Sofia Cavedon, eu
requeiro a V. Exa. o direito de resposta do pronunciamento da Ver.ª Fernanda
Melchionna, nos termos do Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou fazer uma observação. Nós
estamos com dificuldades, o painel eletrônico está trabalhando com 50% da
capacidade, os senhores fazem o encaminhamento e, logo em seguida, vêm pedir o
direito de resposta. Eu acho que o Vereador tem direito, sim, quando se sentir
ofendido na honra, o Regimento assim disciplina, só que eu peço colaboração,
até para que a gente consiga conduzir os trabalhos aqui com menos atrito. Eu
vou pedir que ambos façam o Requerimento por escrito, até porque este Vereador
estava em gabinete quando houve o primeiro pronunciamento, para que a gente
possa fazer uma avaliação com calma, sem prejuízos. Recebo todos os
encaminhamentos dos senhores, verbalmente, de forma devolutiva, sem suspensão,
para que a gente possa dar andamento aos trabalhos.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Com todo o respeito,
Sr. Presidente, a forma descrita não está prevista regimentalmente. O Vereador
faz um Requerimento, como este Vereador está fazendo, como a Ver.ª Sofia fez
pelas mesmas razões, e V. Exa., ou quem designar, examina os textos.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Está bom. Então, os senhores fiquem aguardando – todos os que
encaminharam –, que nós vamos, na medida do possível, conceder. Obrigado.
O Sr. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado,
Presidente. Boa-tarde, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, todos os que nos
assistem, é com muita tristeza que eu venho aqui hoje, tristeza pelo Mercado
Público, que eu frequento antes de ser Vereador, assim como jogador de futebol,
atleta profissional do Grêmio, desde 1973. Acho que muita gente aqui nem era
nascida. E o nosso Mercado Público – quando eu digo nosso, é do Rio Grande do
Sul –, está lá, firme, uma rocha, aquele zagueirão que não cai nunca. Eu,
Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo, tive a preocupação, hoje pela manhã,
de ir ao Mercado Público. E fui muito apreensivo, Villela, por aquilo que eu vi
no noticiário. Chegando lá, eu conversei com cinco permissionários, lá dentro,
entrei até apreensivo, olhando, porque aquilo ali me assustou no sábado. Com
quem eu mais conversei foi com o da Banca 26, que é o Ademir, em que passo a
maioria do meu tempo conversando, brincando, discutindo futebol, tem gremista,
tem colorado. E eu disse para ele: “Ademir, como é que vocês estão sendo
tratados aqui hoje?“ “Olha, Tarciso, pelo lado da Prefeitura, tratamento VIP”. Aí eu falei: “Mas o que vocês
estão precisando de nós, Vereadores, neste momento?“ Jussara, ele disse para
mim que seria luz. O Prefeito tinha dado toda a liberdade, até de colocar
gerador, mas eles não querem fazer isso para não comprometer a segurança de
quem vai estar dentro do Mercado, de quem está trabalhando dentro do Mercado
Público. Eu conversei agora com o Gil, que disse para mim que a CEEE já está
vendo isso, que o prazo era estimado em três dias, mas que ela precisa de mais
porque houve muitos danos. O que eu estou transmitindo aqui é a voz que eu ouvi
lá dentro, hoje, pela manhã, quando estive no local com o Jurandir, que convive
muito lá porque a sua esposa tem negócio lá dentro também.
Esta minha fala não é
sobre o passado, é sobre o presente e o futuro do Mercado Público, é sobre a
segurança, hoje, que é muito necessária. As bancas estão em perfeitas condições
para trabalhar, mas precisam de energia. Essa energia tem que ter a segurança
da CEEE, porque nós não podemos apressar as coisas para que, amanhã, possam vir
a acontecer os mesmos desastres.
Eles estão bem
tranquilos, eu olhei no rosto de cada um dos permissionários, uns cinco mais ou
menos falaram comigo. É claro que é uma apreensão muito grande, Presidente,
porque eles têm que trabalhar, existem bancas que têm 20, 25, 30 pessoas que
precisam trabalhar para levar o sustento para casa.
E eu acho que este é
o momento de nós, Vereadores, ajudarmos nessa construção para que a CEEE possa
ir lá e fazer com mais eficiência e rapidez o seu trabalho, para que as pessoas
no Mercado possam ter a tranquilidade de trabalhar e nós possamos ter a
tranquilidade de ir ao Mercado e vê-lo lindo de novo.
No momento, no
sábado, eu fiquei muito apreensivo, muito triste, muito triste mesmo, mas menos
mal que o Mercado é forte como uma rocha. Já aguentou a enchente de 1941 – eu
não estava presente, dizem que foi horrível aquela aguaceira toda –, os
incêndios de 1976, de 1979, e o de agora. Mas o importante é que o nosso
Mercado está ali. Eu acho que é o momento de nós, Vereadores, ajudarmos nessa
transição para que se possa ter segurança lá dentro do Mercado Público, tanto
para quem vai trabalhar, quanto para quem vai visitar e comprar. O nosso abraço
e Oxalá, iluminem cada vez mais o nosso Mercado Público.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, não tenho como deixar de vir a esta tribuna, em
nome da nossa Bancada – em meu nome e em nome do Ver. João Derly – quando a
cidade de Porto Alegre, quando o Estado do Rio Grande do Sul, quando cada um de
nós que tem suas relações com esse Patrimônio Histórico, Cultural e Religioso
da nossa Cidade, que é o Mercado Público, sofre um incêndio. Não tenho como
deixar de vir a esta tribuna manifestar a nossa tristeza pelo que aconteceu.
Não tenho como deixar de vir a esta tribuna, lembrando que cada cidadão tem uma
história com o Mercado público. A minha começou, quando cheguei aqui com 12
anos. Minha avó adorava o Mercado, e não havia supermercados, não havia esses
espaços que hoje existem. As comprar para manter a família – ainda mais das
famílias nas quais todos saíam cedo para trabalhar, pelas dificuldades
objetivas da vida – eram feitas no Mercado Público. E acho que há uma relação
de cada pessoa e do coletivo de Porto Alegre com o Mercado, que é uma relação
muito amorosa, muito terna, porque ele patrocina, além de tudo isso, aquela
relação da compra, aquela relação de ser chamado de freguês ou freguesa. Ele patrocina
muitos empregos. Aqui, por exemplo, está uma companheira, que conheço há muito
tempo, dos artesãos. Há o pessoal da economia solidária, há todas essas pessoas
que, para além das bancas do Mercado, conquistaram espaços públicos naquele
Mercado contribuindo não apenas sob o ponto de vista da sua sobrevivência, da
sua família, do seu trabalho, mas contribuindo, também, com o lúdico e com
cultura que o Mercado Público estabelece.
Outro aspecto, Ver.
Tarciso – o senhor, quando veio à tribuna, me inspirou a vir aqui –, é essa
relação que se tem com o Mercado Público sob o ponto de vista, também, das
lutas políticas do nosso Estado e da nossa Cidade. Antes da Esquina Democrática
tinha o Mercado Público, e quem diz isso é quem denominou, num discurso inflamado
na época das Diretas, a esquina democrática de Esquina Democrática, registrada
pelo Correio do Povo. Não há nenhum projeto! Virou, pela luta do povo, a
Esquina Democrática. Foi esta Vereadora, que, na época, era Vereadora nesta
Casa.
E o Mercado Público,
quem pode esquecer que o Mercado Público era o espaço onde, inclusive, a atual
Presidente da República, Dilma, se reunia lá – lembro dela, da Lícia Peres, da
Enid Backes, do PT, lembro de várias mulheres –, num movimento contra a
carestia na sede da antiga FRACAB. O Mercado nos recebia, na época da ditadura
militar, como um espaço de democracia, como um espaço que nós tínhamos,
inclusive, de proteção! Essa é um pouco da história que eu quero lembrar do
Mercado Público.
Eu fiquei muito
impactada. Eu não quis ver as imagens; eu não quis ver, porque a tragédia maior
é no coração de cada um, e cada um gosta ou não gosta de ver a tragédia. Eu
contraponho a tragédia ao legado histórico, cultural e humano do Mercado
Público. Então, a tristeza está em todos nós.
Acho que não estava
tudo bem. Acho que tem problemas, sim. Tem problemas; agora, esses problemas
nós temos que superar.
Essa questão de
espaços para garantir que, numa tragédia como essa, nós possamos... Felizmente,
não tinha ninguém lá, e até os passarinhos foram salvos.
Eu quero saudar o
Corpo de Bombeiros que, mesmo sem condições, fez o que fez. E quero propor que
esta Casa esteja junto, que façamos uma Comissão de Representação Externa –
isso existe no nosso Regimento –, liderada pela Mesa Diretora, para acompanhar,
sim, a busca de soluções para o nosso Mercado. O Mercado é patrimônio do povo
de Porto Alegre, do povo do Rio Grande do Sul. O Mercado tem uma história muito
linda, e eu acho que nós podemos, invocando a proteção do Bará do Mercado, e reconhecendo
com isso, também as religiosidades que lá sempre estiveram presentes, que a
gente, em unidade de ação nesta Casa, possa contribuir, efetivamente, em tudo
que for necessário na recuperação do nosso Mercado e do trabalho de todos que
lá vivem e são tão solícitos com cada um de nós.
Que a tristeza se
transforme numa pauta muito positiva para nós, Ver.ª Sofia, Ver.ª Fernanda,
Ver. Tarciso, que me antecederam, e essa pauta positiva, e todos nós, através
da Mesa, numa Comissão de Representação Externa, possamos buscar soluções para
o Mercado e para Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, boa-tarde. Ver. Valter, eu escutei o Grande
Expediente de V. Exa., precedido pela Ver.ª Sofia Cavedon. Eu quis trazer estas
fotos (Referindo-se à apresentação em PowerPoint.), mas acho que eu não
precisava falar nada sobre as imagens. Na próxima, virá a da turma do Friboi
com o Lula e com o seu filho. Essas fotos falam mais do que palavras que eu
possa dizer aqui. E eu acho que a Ver.ª Sofia Cavedon poderia se preocupar um
pouquinho mais com a visualização do que está acontecendo no Brasil e com o que
está fazendo o BNDES, que tem quase R$ 10 bilhões nessa empresa da qual a
Presidente está usando o guarda-pó – nós chamávamos assim, mas é uniforme mesmo
–, da OGX, do Eike Batista. Eu acho que o Brasil todo tem que começar a olhar
isso.
Nós estamos com falta
de dinheiro para muitas coisas. A Bancada do PT apresentou um projeto para
estatizar, novamente, o transporte coletivo,
e, quando a turma do PT teve a oportunidade de financiar o metrô,
inviabilizaram o metrô de Porto Alegre, dando uma migalha. Com esse dinheiro do
BNDES, que só atendeu o Eike Batista e a sua turma, daria para fazer dois
metrôs para Porto Alegre, que atenderiam duas cidades do tamanho da nossa. Mas
não. O Governo do PT – e, aí, não é só a Presidente Dilma, mas a sua turma toda
– prefere investir no Eike Batista. Olha a felicidade que ele está ali
(Referindo-se à fotografia em PowerPoint.). O galã, junto com a Presidente,
gastando o dinheiro do contribuinte brasileiro. E nós precisando!
O Estado precisa de
dinheiro para equipar um pouco mais o Corpo de Bombeiros – um pouco mais, bem
mais – para ajudar esses nossos heróis do fogo, com equipamentos, com escada
magirus, com tanta coisa e até salários; ou, principalmente, salários. Mas eles
não se lembraram do quanto ganham e foram apagar o fogo. E nós com essa
fotografia. O Brasil todo se submetendo a isso que está aí. Olha lá a
felicidade, o aplauso para o Eike Batista. É esta turma que o PT apoia, é esta
turma para a qual o PT dá dinheiro: dez bilhões para o Eike; mais oito ou nove
bilhões para o Friboi; mais um monte de dinheiro para um lugar onde o filho do
Lula é sócio – não sei se é na Oi, na Telemar, mas são nessas coisas todas onde
ele ficou rico. É ali onde o PT está investindo dinheiro, e vem aqui em Porto
Alegre e diz que não tem dinheiro para o metrô. E a Bancada do PT, com a maior
cara de pau, apresenta um projeto para estatizar o transporte coletivo em Porto
Alegre. Mas onde eles querem chegar? Querem tapar o sol com a peneira? Não tem
como! Os furos da peneira estão muito grandes para isso; são muito grandes os
rombos que existem, e o PT insiste em querer apresentar paliativos e culpados.
A Ver.ª Sofia procura culpados em todos os lados. Vereadora, não faça isso!
Isso fica feio, até para seus colegas, para a senhora e seus eleitores. Pare de
achar culpados e comece a ajudar dentro do seu Partido, onde está jorrando
dinheiro para meia-dúzia.
Espero que o
Governador Tarso também pare com essa bobagem de só querer dar passe livre para
uma meia dúzia. Ou ele baixa o ICMS para os combustíveis do transporte coletivo
e baixa ainda mais a passagem para todos os estudantes, e não só para meia
dúzia, como ele quer, só para estudantes ricos, ou ele não volta mais para o
Piratini. Eu acho que ele já está com muita dificuldade, mas cada vez está
ficando pior. Ele se preocupa com alguns, está discriminando os estudantes,
pois para ele só existem alguns estudantes, e nós queremos que ele baixe o
imposto para todos os estudantes e para a população de Porto Alegre e do Rio
Grande. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A pedido do Jorge, do Memorial, registro a presença, com base no Projeto
de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve com as escolas de
Porto Alegre, nesta tarde de hoje, acompanhados pelos professores Edson Antoni,
Ivone Jordan, Rita Cavalcante, Mathias Scherer e Michel Zozimo da Rocha, dos 60
alunos do Colégio de Aplicação da UFGRS. Sintam-se todos cumprimentados por
esta Casa. Ficamos muito felizes em vê-los aqui.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
quero cumprimentar a juventude e os professores do Colégio de Aplicação. Tenho
o prazer de ter a minha filhinha estudando lá no 6º ano, um dos melhores
colégios do Brasil hoje. Portanto, continuem mantendo essa imagem e sempre a
participação nos debates e na sociedade brasileira.
Esta Casa é uma Casa
política. Eu falo em nome da minha Bancada – sou do Partido dos Trabalhadores,
sou do mesmo Partido do Presidente Lula e da Presidente Dilma. Há poucos
minutos, aqui, foi apresentada uma imagem do Presidente Lula e da Presidente
Dilma como se fossem os Presidentes que estão fazendo o maior mal para este
Brasil.
Eu queria dizer para
vocês que, após o Governo do
Presidente Lula, foi criado um programa educacional que se chama PróUni. Uma
quantidade de jovens pobres não podia entrar na universidade – alguns
políticos, como o que me antecedeu, são contra que os pobres evoluam. Foi
montado um projeto de inclusão racial, permitindo que os negros pudessem entrar
na universidade, porque, até então, eram excluídos. Estes são os programas:
criou, no Brasil, 360 novas escolas técnicas para formação técnica profissional
da nossa juventude – porque, no momento em que nós entramos em uma escola
técnica, onde é permitido, inclusive, ter acessos a bens que muitos não têm, já
saímos dali com 16, 18, 20 anos com curso de formação profissional; lançou, a
mesma Presidente Dilma, que está ali na foto, o maior programa habitacional do
Brasil, chamado Minha Casa, Minha Vida – no Brasil, hoje, nós temos 7 bilhões
de pessoas que não têm casa e que ganham menos de três salários mínimos –, para
que as pessoas possam ter acesso à casa. Porque quem não tem casa não tem
identidade, não tem a sua afirmação de cidadania. E aí eu quero dizer que, na
semana passada, veio um projeto, aqui, para discutir o transporte público de
Porto Alegre em que o Prefeito Municipal diminuiu o imposto dos empresários
para que diminuísse esse mesmo imposto na passagem dos ônibus, e a minha
Bancada, junto com a Bancada do PSOL, do PCdoB, apresentou um conjunto de
emendas que dizia que aquele projeto era bem-vindo, mas era insuficiente. Por
que insuficiente? Primeiro, porque ele tem um erro – vocês, que são
inteligentes e sei que estão participando do concurso brasileiro da Matemática:
ele diminuiu 2,5% dos impostos, dizendo que isso tinha que incidir na passagem.
A passagem é R$ 2,85, e 2,5% dá quanto? Dá R$ 0,0712 – sete centavos e doze
centésimos de centavos. Sabem quanto que foi diminuído? Cinco centavos. Onde
ficaram dois centavos? E não é de um só, é de milhões!
E aí o Ver. Cecchim,
que me antecedeu, quando nós propusemos que fosse mostrada publicamente a
tabela 30 dias antes, na Internet, para que todos os cidadãos a pudessem a
visualizar, votou contra! Votou contra a transparência dos dados públicos do
transporte público de Porto Alegre, e nós apresentamos aqui um projeto, esta
semana, para que justamente um Vereador como o Cecchim, como o Valter
Nagelstein, que reagem sempre contrariamente a esses projetos, queremos dizer o
seguinte: que o Conselho, quem vota o aumento das passagens tem que ser um
conselho democrático. Não pode ser um conselho de meia dúzia que votam sempre a
favor do Governo, mesmo não o questionando. Nós queremos, sim, que a população
tenha acesso, e o que nós propusemos? Que um terço seja de entidades que
representam o transporte público e os trabalhadores, um terço seja do Poder
Público Municipal, e um terço de cidadãos eleitos diretamente, para eu poder
ser, para qualquer um de vocês poder ser conselheiro para analisar o custo das
passagens. Isso é transparência, isso é democratizar, é isso que a juventude
está pedindo nas ruas. E aí queremos dizer mais, para concluir: num debate como
esse, quero que vocês acompanhem pela Internet, para ver o voto de cada aqui
desta Casa, porque, tendo transparência, certamente muitos não voltarão aqui na
próxima eleição, porque a população vai estar fiscalizando. E eu venho aqui,
com muito orgulho, dizer que o debate aqui é de ideias, que nós temos que
continuar assim e que vocês continuem lutando, porque a vida é para todos. Um
grande abraço e muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder,
pelo Governo.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores. Fiquei feliz, junto com o Ver. Comassetto,
porque os colegas e filhos de coletas estão aí, assistindo atentamente, e vendo
as mudanças de palavras de um e de outro. Quando estão no Governo, falam de um
jeito; quando estão na oposição, falam de outro. Vocês podem assistir aqui e
tirar as suas conclusões. Vocês são pessoas inteligentes, jovens que terão um
futuro muito grande. Certamente alguns de vocês serão Vereadores, Deputados e
essas coisas todas, vocês estão se preparando para isso.
Vou falar sobre
transparência, que o Ver. Comassetto tentou dizer o que é aqui. A Bancada do PT
tentou espalhar que os Vereadores votaram contra a transparência. Vejam só, o
Ver. Valter Nagelstein propôs um projeto sobre a transparência, com 30 dias de
antecedência, para mostrar que não se é contra a transparência, que se quer a
transparência e se quer tanto, que o Prefeito mandou publicar as planilhas
todas. Estão publicadas para todo mundo assistir, para todo mundo ver o que é
transparência. Transparência é isso que não tem no Governo do Estado, é isso
que não tem no Governo Federal. Transparência é aquilo tudo que aconteceu no
mensalão. Fizeram um roubo generalizado no Brasil, roubaram tanto, tanto... E
isso foi com todos os chefes do PT: o Presidente, o Tesoureiro, o Secretário,
todos eles, todos julgados, prontos para ir para a cadeia. Hoje, eu li que o
José Dirceu está com depressão. Até eu ficaria com depressão se tivesse metido
a mão em tanto dinheiro assim e depois acabar na cadeia, não podendo
aproveitar. Ainda bem que existe o Joaquim Barbosa. Na Internet, esse mesmo
pessoal que quer espalhar que Vereadores votaram contra a transparência estão
tentando derrubar o Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal. São esses mesmos
blogueiros, essa mesma turma que espalha mentiras, mentiras e mentiras pensando
que isso vai se tornar verdade. Mas o povo brasileiro já entendeu. O grito das
ruas foi, sim, contra os governos. Há o Governo do Rio de Janeiro também – não
falo só no Governo da Dilma, não. Há todos os Governos que fazem esse mesmo
jogo. Todos caíram 30, 40, 50 pontos em duas semanas. Caíram porque não tinham
transparência em suas ações. Ou melhor, desviavam e desviam recursos públicos
na noite, na escuridão – na escuridão para nós, mas eles trabalham com lupa
fina para desviar dinheiro do povo brasileiro.
Então, Ver. Paulo
Brum, acho que nós temos que repensar tudo isso. Temos que conversar com os
nossos colegas que têm esse mau hábito de acusar sem provas, de tentar jogar na
lama votos de pessoas que votam conscientes. Por exemplo, a Ver.ª Lourdes, por
que vocês dizem que ela votou contra a transparência, se ela foi transparente
do início ao fim? Foi coerente: ela votou “não” do primeiro ao último voto!
Vocês votaram “sim” e, no último, votaram “sim”. Também foram transparentes e
coerentes! Então, isso sim é transparência, e não aquilo que vocês querem
pregar, que só um joãozinho tem o passo certo. Vocês não são o “joãozinho do
passo certo”, vocês fazem parte de todo mundo que está marchando, com erros e
com acertos, mas com um grande erro e um grande pecado: acusar em vão. Há um
mandamento para nós católicos: não acusar nenhum nome em vão, nem de Deus, nem
do seu próximo.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de
Líder, pela oposição.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde a
todos e a todas. Queria cumprimentar os estudantes do Colégio de Aplicação, que
seguem a luta em defesa da qualidade da escola, uma escola que há muito tempo
se mobiliza; os professores presentes, a professora Rita, aqui, na tarde de
hoje. Queria cumprimentá-los e deixar o nosso apoio à luta em defesa à escola,
na qual tentaram fazer, no ano passado, um desmonte. Na verdade, há dois anos,
a escola se mobilizou em defesa da sua qualidade.
Mas eu quero debater
aqui sobre a transparência, porque, na verdade, todos sabem que, em Porto
Alegre, existe uma verdadeira caixa de pandora no transporte coletivo, um
sistema de transporte que funciona, há 24 anos, sem licitação, que sobe acima
da inflação, cuja passagem meia dúzia de empresários, em conluio com os
Prefeitos, aumentam abusivamente, e as planilhas são secretas! O Prefeito
publicou, na semana passada, a planilha do transporte, certo? Mas o aumento foi
em março! E nós, do PSOL, propusemos uma emenda que propunha a transparência 30
dias antes da votação, que propunha consultas populares e audiência pública, e
teve o voto de toda a oposição e de Vereadores da base do Governo, mas teve o
voto contrário de vários Vereadores que derrotaram a nossa emenda. Quem tem
medo de democracia? Aliás, quem tem medo de consulta popular? Tem Vereador que
fala que democracia é assembleísmo; não, democracia é o povo poder controlar a
política e a economia, é o povo saber que planilhas são essas, é o povo poder
discutir os aumentos da tarifa, é poder discutir a qualidade do transporte
coletivo, é poder discutir por que não tem licitação. Democracia é o povo poder
discutir que tem que ter dinheiro público em Saúde, em Educação.
Ao mesmo tempo em que
o Prefeito e a base do Governo derrotaram a nossa Emenda nº 02, também derrotaram
a Emenda que propunha que esses recursos, que a Prefeitura vai deixar de
arrecadar com a renúncia fiscal do ISSQN, não pudessem ser tirados da Educação,
da Saúde e da Segurança; que fossem tirados da publicidades, que fossem tirados
dos CCs, um verdadeiro cabide de empregos para empregar os Partidos políticos
aliados à Prefeitura. E a maioria de vocês votou contra. Teve muitos Vereadores
da oposição, e inclusive da base, que votaram a favor. E, na mesma semana, dois
dias depois da votação do ISSQN, o Prefeito Fortunati diz que vai retirar das
obras do Orçamento Participativo, e ainda vai botar o OP a discutir, comunidade
contra comunidade, quais obras vão sair. Isso é democracia? Seguir gastando R$
15 milhões para comprar publicidade nos meios de comunicação, gastando R$ 110
milhões com os CCs e tirar das obras do Orçamento participativo, obras de
Saúde, obras de Educação, obras de moradia, obras de saneamento, um dos poucos
mecanismos democráticos de consulta à nossa população, é de lá que sairão os recursos.
O Fortunati anunciou: sairão do Orçamento Participativo. Isso é transparência?
Propõem a isenção do ISSQN, não dizem de onde vai ser a fonte, depois rejeitam
a nossa Emenda e depois dizem que vai sair do Orçamento Participativo. Está
muito longe de ser democrático! Isso não é transparência! Isso é tirar do povo,
de obras essenciais à população! E nós queremos, sim, discutir, porque, na
verdade, Porto Alegre deu exemplo ao Brasil nessas mobilizações e conquistou o
que a maior parte das capitais não fez: a redução do lucro dos empresários do
transporte coletivo, a partir da mobilização e da liminar minha e do Ver. Pedro
Ruas, que reduziu a passagem para R$ 2,85, reduzindo o lucro! Nós queremos
debater, sim, porque, na verdade, nós estamos falando em um serviço essencial,
que é o transporte coletivo, o direito de ir e vir. A população está mostrando
que quer o padrão FIFA nas escolas, nos hospitais e nos ônibus. Não param de
chegar reclamações do péssimo serviço prestado por essas empresas, que não são licitadas,
que não têm contratos. Aliás, o Ministério Público de Contas, semana passada,
fez uma nova constatação: em um ano, os empresários, ganharam R$ 16 milhões a
mais da margem de lucro prevista na planilha tarifária. Parece com a casa da
mãe Joana, e há pessoas que vêm aqui dizer que isso é transparência. Está longe
de transparência! Infelizmente, quem tem pagado essa conta é o povo, conta dos
que governam para os ricos, e sempre dão as benesses aos empresários do
transporte coletivo. Felizmente, a mobilização, este ano, em Porto Alegre,
mostrou que o caminho da luta conquista e que outro futuro é possível.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente,
Vereadores, Vereadoras, acho que o pessoal não entendeu, nós precisamos
esclarecer definitivamente. A Vereadora que me antecedeu parece que não
entendeu. Acho que ela não leu o Regimento que diz que Emenda é para alterar
parte do Projeto, e não leu também a Lei Complementar nº 611, que diz que cada
lei tratará de um único objeto. Qual o objetivo de nós estarmos votando a
isenção do ISSQN sobre as passagens? Eu fui o Relator, estudei o assunto,
declarei aqui o meu relatório claro, e os Vereadores ficaram até de retirar as
Emendas, porque eram inadequadas, não sintonizavam com o Projeto, menos uma,
que corrigia o Projeto! Os Vereadores sabem e vêm aqui pregar de bonzinhos! Vêm
pregar de bonzinhos, que sabem que as emendas eram indevidas! É uma pena que os
estudantes não estão aqui para saber dos detalhes! É a mesma coisa, Brasinha,
de a gente chegar num restaurante para almoçar e dizer: “Olha, eu não vim aqui
para almoçar, eu estou num restaurante – eu sei –, mas eu quero comprar uma
bicicleta.” É um absurdo igual ao que nós votamos em 10 horas e 40 minutos! Nós
sabemos que é um assunto político. Tristemente alguns Vereadores falaram mal de
colegas, dizendo que nós somos contra a transparência. Isso é falta de ética!
Acho que não leram o nosso Código de Ética! Isso nunca tinha acontecido! Eu
estou há quase 17 anos nesta Casa, e isso nunca tinha acontecido! Podem
informar a votação, quem votou contra ou a favor, mas comentar o voto do colega
é falta de ética! E ainda falar inverdades! Inverdades! Olha, eu fico muito
triste, muito triste! Em 17 anos não tinha acontecido isso! E, pior ainda: há
Vereadores que terceirizaram, que não apareceram, pediram para outros colocar a
foto dos colegas aqui! Nós aqui temos dificuldade, sim, de ideias, mas não de
pessoas! Eu nunca falei mal de um colega, e agora vemos isso! Isso fala contra
a Instituição! É uma vergonha! Falam em transparência? Falam! Muito bem! Todo o
processo da passagem está à disposição lá na CEFOR, para quem quiser, a CEFOR
remete via e-mail, são só 200
páginas, mas não há problema, todo mundo quer analisar a transparência –
estamos às ordens! Fica muito claro: as Emendas eram indevidas, não cabiam no
Processo; as Emendas eram políticas, podiam ser debatidas? Até pode ser! Agora,
nós levamos 10 horas e 40 minutos em um assunto objetivo, que nós levaríamos 15
minutos para realmente baixar a passagem. Se alguma Emenda dessas fosse
aprovada, Ver. Paulo Brum, o Prefeito teria que vetar, e nós teríamos
transferido o rebaixamento do preço da passagem. Nós precisamos ser
responsáveis e transmitir a verdade adequadamente à população.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, fiz questão de acentuar que ocupava esta
tribuna na condição de Líder do Democratas e não no espaço da Liderança do
Governo, já muito bem ocupado pelo nosso Ver. Idenir Cecchim.
Eu vejo, Sr.
Presidente, senhoras e senhores Vereadores, que o discurso vigorante hoje na
Cidade acompanha o mesmo discurso nacional. Faz-se tudo para desvirtuar, para
que o debate político tome outro rumo que não aquele que a Nação inteira está a
debater, que é o desgoverno que tomou conta deste País e que agora se acentua
de forma muito expressiva com sintomas claros de recrudescimento da inflação e
com todas as consequências negativas que o desgoverno sempre enseja para a sociedade.
Há uma preocupação de muitos colegas a respeito das suas respectivas imagens na
chamada rede social, em função de um acoroçoamento, realizado e estimulado a
partir de determinados colegas nossos nesta Casa, no sentido de deformar a
imagem de alguns dos integrantes deste Legislativo. Em cima do chamado discurso
da transparência, já amplamente desfeito, inclusive pelo Ver. Nedel, que me
antecedeu, procura-se criar um clima adverso na cidade de Porto Alegre, que
afaste a responsabilidade do Partido dos Trabalhadores pelo desgoverno deste
País.
Eu quero dizer, de
forma muito clara, que não estou me referindo ao PSOL, muito menos à Ver.ª
Fernanda Melchionna, que tem todo o direito de sonhar com a reestatização do
transporte coletivo em Porto Alegre, porque ela não viveu o descalabro que foi
o transporte público estatizado nesta Cidade, nos vários momentos em que ele
ocorreu.
Então, para que não
paire dúvida, eu quero autorizar aquelas pessoas que mobilizam e orquestram os
meios sociais, Ver. Nedel, para colocar categoricamente que o Ver. Pujol,
Presidente do Democratas desta Casa, é contra a reestatização do transporte
coletivo em Porto Alegre, porque isso é ruim, é péssimo e ocasionará
transtornos inimagináveis para aqueles que acreditam nisso. No mínimo, vai ser
mais uma máquina de fabricar empregos, como essa jogada do Governo do Estado de
terminar com o pedágio – e não terminaram: ensejou a criação de mais uma
empresa pública, ensejando outros tantos cargos para os funcionários dessas
empresas e não atingindo o objetivo que fortemente foi anunciado.
Eu quero, com a
responsabilidade do meu mandato, dizer que quem se manifesta tão fortemente
contra o sistema de transporte coletivo vigorante na cidade de Porto Alegre é,
ao final e ao cabo, responsável pela sua introdução. A metodologia de cálculo
da tarifa que hoje vigora em Porto Alegre é fruto de Leis propostas pelo
Governo do Partido dos Trabalhadores. Eu não acredito que fosse um governo
desonesto que tenha feito essa proposta. Respeito aqueles que propuseram essa
metodologia. Os que advogam a reestatização do transporte coletivo hão de
lembrar daquela triste tragédia que Porto Alegre vivia, com os ônibus quebrados
no meio da rua, com a malfadada intervenção promovida pelo primeiro governo
petista na Capital, que gerou, depois, indenizações pesadas que o Erário
Municipal teve que suportar em face dos desmandos que ocorreram na malfadada
intervenção.
Por isso, Sr.
Presidente, quero, categoricamente, informar o seguinte: não se preocupem em
inventar figuras em torno do Ver. Reginaldo Pujol, que é contra a estatização
do transporte coletivo em Porto Alegre, que denuncia que isso é um discurso
inconsequente de quem hoje faz oposição contra tudo, e que outra coisa não quer
senão desviar a atenção deste péssimo e mau momento que vive o País, com a
péssima administração que hoje nós conhecemos na esfera federal. Não vão
desviar a atenção do povo. O povo tudo enxerga e tudo vê, e certamente não vai
ser envolvido nessa manobra que tenta hostilizar Vereadores, colocando-os na
condição de contrários à transparência. Como podemos ser contrários à
transparência? Como um homem como eu, que tem 40 anos de vida pública, aberta à
população, em todos os momentos, pode assim se colocar? Não! Porto Alegre me
conhece e sabe quem eu sou, e eu conheço esse povo e essas manobras políticas
que não vão prosperar, porque nós estaremos vigilantes para que isso não
ocorra. Vamos salvar Porto Alegre da demagogia! Faremos isso, sim!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Thiago; Srs. Vereadores, quero agradecer ao meu Líder, Ver. Cassio
Trogildo, ao Ver. Elizandro Sabino, Ver. Paulo Brum, por me permitirem vir à
tribuna em Liderança. Estou muito triste hoje, pois não há quem suporte a
tristeza e a dor de outras pessoas, com essa tragédia que aconteceu com aqueles
irmãos que têm o pequeno comércio, a pequena empresa lá no Mercado Público. E a
Ver.ª Sofia Cavedon vem falar coisas que não têm nada a ver. Na hora da dor,
Ver.ª Sofia, a gente tem de ser solidário com as pessoas. A gente não pode
querer se fazer em cima da dor das pessoas, porque é difícil quando pega fogo
numa empresa, num pequeno comércio. Eu já tive esse problema na vida. E eu
estava lá logo que começou o incêndio, ao lado dos cidadãos permissionários,
chorando de tristeza porque têm que manter o seu emprego. O quanto é difícil,
Ver.ª Fernanda Melchionna! Confesso que tenho um grande amigo lá que me ajudou
muito na minha vida, que me dava comida quando eu morava na rua; eu morava na
Kombi dele e ele tem sua empresa lá. Enquanto isso, vejo no jornal Zero Hora a
Ver.ª Sofia Cavedon falando coisas sem razão. Sem razão, Vereadora. A senhora
não está mais para professora, a senhora está mais para jornalista. É muito
triste, Vereadora, a gente querer fazer comentário em cima da dor, do
sofrimento das pessoas. Não tem palavra que justifique, não tem palavra que vai
tirar a dor e o sofrimento daqueles cidadãos que estão sofrendo porque estão
vendo o seu patrimônio queimando. Enquanto isso há coisas sendo faladas sem
razão. Mais uma vez o Comandante da Brigada Militar deixa a Ver.ª Sofia Cavedon
mal. Por quê? Ontem, mais uma vez, o Comandante da Brigada falou que não teve
problema nenhum nos hidrantes, problema nenhum. Esse problema do PPCI não quer
dizer que não vai pegar fogo em parte nenhuma. Pode ter o documento, mas se
tiver que pegar fogo, vai pegar. Quero dizer aos senhores que é muito triste, é
muito doído ver o seu patrimônio queimando. Não tem palavra que vai confortar o
cidadão, a senhora, o filho, o neto. Isso eu comprovei porque estava lá e vi
aqueles senhores chorando, vi aqueles funcionários chorando, vi cidadão que não
podia nem falar. Aí aparecem, Ver. Cecchim, essas histórias, querendo denegrir
a imagem do Prefeito Fortunati, coisas que não têm nada a ver, aparece a
“Ministra das Trevas”, que resolve tudo. Por que não resolveram quando
estiveram no Governo, por 16 anos, 5.844 dias? Não resolveram, não fizeram
nada. Agora porque dá a casualidade de pegar fogo no Mercado quando do Governo
do Fortunati, aí, a Ver.ª Sofia, sorrateiramente, faz esse comentário. Quero
dizer, Ver.ª Sofia, que gosto muito da senhora, mas estou muito triste por
causa do seu comentário, que não deveria ter sido feito porque lá tem pessoas
que estão sofrendo, tem pessoas que sofrem a vida toda, trabalham no Mercado há
mais de 50 anos, para o sustendo do seu dia a dia, pessoas que a gente nem
conhece, mas que estão lá trabalhando. E numa hora tão triste como essa em que
a Cidade de Porto Alegre sofre, em que o Rio Grande
sofre... Quantas pessoas vêm do outro lado do mundo para visitar o Mercado
Público? Sou solidário ao Mercado Público, não faço comentário nenhum contra
ninguém porque ninguém tem culpa; só a Ver.ª Sofia achou um culpado
imediatamente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr.
Presidente, estamos aqui, a Bancada do PT e do PCdoB, conforme a notícia que
saiu hoje no Jornal do Comércio, na página 22, por entendermos que esta Casa
foi atingida pelo Governo Municipal. Nós somos dois poderes distintos, e, no momento em que o Governo Municipal, através do seu Secretário de
Município, coloca a Presidência da Casa sub
judice, está colocando todos nós também. Nós exigimos do Governo Municipal
uma posição a respeito da nota que foi divulgada hoje no Jornal do Comércio.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Faça por
escrito, Vereador, e esta Presidência vai acolher e encaminhar.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
antes de V. Exa. entrar na Ordem do Dia, eu solicito um retorno, se é que é
possível – eu sei que as notas taquigráficas eram de 15 minutos de fala –, para
avaliar a minha solicitação de tempo de pedido de resposta, uma vez que fui
ofendida, na honra, ao ser acusada de promover quebra-quebra e baderna no
Camelódromo.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereadora,
estamos aguardando para poder fazer o juízo de valor.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, eu
fui agora questionado aqui por alguns membros da situação, porque eu falei
sobre a nota publicada pelo Governo. A nota, ou a notícia, a matéria divulgada
no Jornal do Comércio, era numa posição oficial de um Secretário do Município.
É a isso que eu me referi. Se eu falei “nota do Governo do Estado” foi um
equívoco de minha parte, não quis dizer isso.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu só peço,
Ver. Comassetto, por favor, que V. Exa. esclareça qual é o tópico específico no
seu pedido.
O SR. ENGº COMASSETTO: No Jornal do
Comércio, na coluna Política, página 22, segunda-feira, 8 de julho de 2013, o
Secretário Carlos Casartelli diz que Thiago Duarte quer derrubá-lo do cargo e
que o Vereador-Presidente desta Casa tem um conjunto de atitudes ilícitas na
conquista de seus votos e mesmo na sua atividade profissional. Isso é algo que
atinge a todos nós. Então, nós queremos que o Governo se pronuncie oficialmente sobre o que está divulgado aqui. Afinal
de contas, se é um Secretário do Município, está falando em nome do Governo.
Muito obrigado.
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Tempo de Presidente.
O SR. DR. THIAGO: Caros colegas
Vereadores, eu quero esclarecer alguns pontos que julgo muito importantes, e
que a gente possa efetivamente nominá-los. A primeira questão da matéria se
refere ao Hospital Independência. Nós, em nenhum momento, ao levar essa demanda
e discutir com o Executivo, fizemos qualquer juízo de valor sobre o que ocorre
ou ocorreu lá. Nós levamos esta demanda, que nos chegou através do Mutirão da
Cidadania, da presença de 100 leitos sem ocupação no Hospital e, com a
dificuldade que todos temos e observamos no SUS de internação desses pacientes
na Cidade, a gente acha importante que se possa fazer uma reavaliação nesse
sentido. Com relação à segunda demanda que consta no jornal, cabe
esclarecimento de que este Vereador trabalha há 16 anos na Unidade Sanitária do
Lami, trabalho lá como médico do Município. Lá temos uma relação umbilical com
aquela comunidade. Sem dúvida, notamos e sentimos a necessidade premente de
reforma naquela unidade, mas, sem dúvida alguma, isso tem que se coadunar,
nestes novos tempos, com segurança. Por isso, colocamos que questão da reforma
está intimamente ligada à segurança.
Com relação à
obtenção por este Vereador do sufrágio de voto, que o Vereador falou, eu quero
dizer que, em nenhum momento, vou prevaricar. Prevaricar é quando um
funcionário público não cumpre um ato que é de sua atribuição. Se o
estabelecimento da minha carga horária, a que tenho plena condição de exercer
pela Constituição Federal, não é possível de ser exercido numa única
localidade, este Vereador, de forma diligente, vai persistir em fazer na sua
integralidade. E é isso que eu tenho feito ao atender na Unidade Básica do
Lami, até porque é um compromisso de quando assumi este cargo, no dia 1º de
janeiro de 2013. Volto a dizer: eu tenho compromisso de continuar atendendo a
comunidade da qual eu vim. Vou continuar fazendo isso – vou continuar fazendo
isso. Esse é o meu compromisso com as pessoas que lá vivem, com as pessoas do
Lami, com as pessoas de Belém Novo, com as pessoas da Restinga. Vou continuar
fazendo isso. Isso é responsabilidade. E não vou prevaricar – não vou
prevaricar! Os meus compromissos de funcionário público eu executarei até o
limite, até a necessidade. Eu quero deixar isso bem claro. Eu pedi ao
jornalista, que inclusive está aqui, que possa ser oficiado pela pessoa que eventualmente
tem alguma dificuldade em ter esse entendimento, para que efetivamente, além de
respondê-la, possa responsabilizá-la civil e criminalmente por isso. Então,
quero deixar esta contundente resposta aqui colocada, para que efetivamente
possa ser respondida por quem entender de direito nesse sentido.
Vou continuar
atendendo Lami, Belém Novo, Ponta Grossa, Restinga e Lajeado, toda a cidade de
Porto Alegre. Isso não é ilegal! Isso não é imoral! Imoral, efetivamente, é não
dar possibilidade de as pessoas terem uma saúde digna. Isso é imoral, isso é
ilegal. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, eu
venho aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, fazendo coro com
todos os Vereadores que foram à tribuna falar do caso do nosso querido Mercado
Público, fazer um conjunto de Pedidos de Informações ao Município. Mas o
principal deles é solicitar informações ao Município sobre a regulamentação da
Lei nº 12.608, de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil, que compete ao Município implementá-la.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Encaminhe o
Requerimento a esta Presidência.
O SR. ENGº COMASSETTO: Estamos encaminhando
ao senhor, para mandar ao Prefeito, porque isto não se iniciou ainda em Porto
Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 16h49min): Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0020/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/13, de autoria da Verª Jussara Cony, que institui, no Município de Porto
Alegre, a Política Intersetorial de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares
e de Fitoterápicos.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Parecer
Conjunto:
- da CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver.
Paulo Brum: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 17-06-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o
PLL nº 003/13 (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) A
Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 003/13,
como autora.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, de forma rápida, falo da natureza deste projeto
de lei, aliás esta Câmara de Vereadores será a primeira Câmara Municipal do
País a aprovar uma Política Intersetorial de Plantas Medicinais, Aromáticas e
Condimentares e de Fitoterápicos. E digo isso como quem vem, desde 1998, com um
processo de trabalho em relação a essas políticas.
Primeiro, quero
agradecer ao Ver. Nereu, pela CCJ, e ao Ver. Paulo Brum, Presidente da COSMAM,
que fez um parecer conjunto com muita propriedade, com muito conhecimento de
causa – Parecer conjunto da CEFOR, CUTHAB e COSMAM –, então, o meu
agradecimento a todos os Vereadores das Comissões referidas em nome desses dois
colegas.
Acho que a década de
2000, 2010 foi muito importante na busca não só de uma política de assistência
farmacêutica, mas, também, de outras perspectivas, de opções terapêuticas, e
uma delas é, exatamente, a perspectiva de nós termos no SUS a inclusão do uso,
com qualidade, com segurança, com eficácia, das plantas medicinais e dos
fitoterápicos.
Então, tanto no
Brasil quanto no Rio Grande do Sul, em 2006, com a diferença de um mês, nós
aprovamos um projeto de lei, de minha iniciativa, mas com todo um arcabouço de
construção, através do Fórum pela Vida, que se espalhou por todo o Estado do
Rio Grande do Sul, dentro de uma perspectiva de cadeia produtiva dos medicinais
e fitoterápicos, através do Parecer favorável do Conselho Nacional de Saúde. E
o então Presidente Lula, por uma construção política da qual também tive a
honra de participar, fez um Decreto Presidencial, institucionalizando a
Política Nacional de Plantas Medicinais e de Fitoterápicos, com o aval do
Conselho Nacional de Saúde.
O que temos hoje,
então? Políticas e programas nacionais, e estadual, de plantas medicinais,
aromáticas, condimentares, e fitoterápicas. Para essas duas políticas terem uma
consecução na vida das pessoas, um dos elementos básicos é, Ver.ª Lourdes, os
municípios implementarem a sua política municipal. Porque esta é uma política,
dentro do SUS, através da assistência farmacêutica e, portanto, uma política
que prevê aquela visão para que as ações possam ser implementadas, aquela visão
republicana, União, Estado e Município, implementando políticas públicas para
garantir a saúde e a qualidade de vida da população. Mas tem mais do que isso:
Porto Alegre é uma cidade que tem as suas particularidades municipais – o que
também levamos em consideração, inclusive, para colocar este Projeto – no que
tange à epidemiologia, aos usos e costumes tradicionais das plantas medicinais,
a todo o conhecimento acumulado pelas várias universidades e, também, estatais,
a respeito da pesquisa, do conhecimento, do desenvolvimento de ciência e de
tecnologia na área das plantas. Em nosso País, nós somos considerados a maior
biodiversidade do mundo, então nós temos todas as condições, por decisão
política, inclusive, desta Casa – espero que seja a maioria dos meus colegas,
para aprovarmos por unanimidade o Projeto –, temos todas as possibilidades de
contribuirmos para a implantação das políticas nessa visão política nacional,
estadual e municipal. E nós temos, lá na ponta, na atenção primária, a
perspectiva dessa opção terapêutica. Há a possibilidade, com uma política como
esta, de nós desenvolvermos, também, muita ciência e muita tecnologia.
Eu finalizo dizendo
que, como Capital do Estado, nós podemos fazer um importante trabalho e podemos
disseminar isso para todo o Brasil, e eu terei a maior honra de poder dizer –
continuando esse meu trabalho como farmacêutica, oriundo desde as minhas
especializações na Faculdade de Farmácia da Universidade onde estudei e onde
fui funcionária – que esta Câmara Municipal, Ver. Paulo Brum, nosso Presidente
da Comissão, é a primeira Câmara Municipal que vai ao encontro da política
estadual e da política nacional para materializar, aqui, na nossa Cidade, na
vida das pessoas, essa cadeia produtiva, geradora de empregos, de saúde, de
qualidade, de ciência e de tecnologia. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
003/13.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver.ª Jussara Cony,
quero lhe cumprimentar pelo Projeto. Vou aproveitar, hoje, para tentar fazer
uma provocação construtiva – por favor, Presidente, é construtiva –, porque
este Plenário tem andado muito tenso. Por falar em muito tenso, eu gostaria de
saber – aqui, nós temos dois médicos – qual é a opinião dos médicos a respeito
do chá de cidreira ou de cidró que, segundo me consta, deixa calmo. E também do
chá de marcela, ou macela, que é bom para o estômago, para o fígado. Eu nunca
vi um médico fazer uma recomendação desses produtos, no entanto, Ver.ª Jussara
Cony, tenho a marcela ou a macela como um dos chás caseiros, que é muito bom.
Eu não podia deixar de fazer essa provocação, afinal de contas, estamos aqui no
Plenário, temos médicos, uma farmacêutica, e eu já lhe peço, Ver.ª Jussara
Cony, uma explicação: V. Exa. que é autora me dê uma explicação sobre o chá de
cidreira ou cidró. É interessantíssimo isso, porque nós, neste momento, temos a
oportunidade de debater esses assuntos, Ver. Valter. Vejo que muitas vezes o Plenário
anda tenso, e eu já ouvi, Ver.ª Jussara, dizer que o cidró ou a cidreira é
calmante, e V. Exa. traz aqui este Projeto que trata dos fitoterápicos, das
plantas medicinais. E a babosa também, Ver. Mario Manfro, eu gostaria muito de
ouvir a opinião dos médicos sobre a babosa, sobre a marcela ou macela, como
queiram, e sobre o chá de capim cidró e cidreira, que são considerados chás
calmantes. Vejam só, se chegarmos à conclusão de que efetivamente é calmante,
poderá ser o chá oficial desta Casa, para ser servido no lugar de outros chás,
que geram muita tensão, Ver. Reginaldo da Luz Pujol. Fica aqui o meu convite
aos Vereadores médicos para que nos deem uma informação mais apurada, mais
técnica, mais científica sobre a utilidade dos chás, mas, especialmente, esses
que, segundo informações, fazem com que as pessoas fiquem mais calmas. Tenho
certeza de que o Presidente desta Casa, Ver. Dr. Thiago Duarte, vai nos brindar
com algumas informações técnicas sobre essas medicinas que nós julgamos de
importância, porque vêm lá dos anos passados, dos índios. Era isso, Presidente,
Dr. Thiago Duarte, pois V. Exa. com certeza, vais nos brindar com algumas
informações sobre plantas medicinais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. José Ernesto Pasquotto, ex-Secretário
da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, grande brasileiro e grande servidor
público do Estado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 003/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, vou aguardar, com ansiedade, o epílogo deste encaminhamento, com a
provocação do Ver. Bernardino no sentido de nós ouvirmos o nosso Presidente, na
condição de médico operante que é. Mas, não sendo médico e nem querendo, Ver.ª
Jussara, usar daquele ditado popular que diz que de poeta, médico e louco todos
nós temos um pouco, quero dizer o seguinte: vejo neste Projeto da Vereadora uma
situação muito especial, muito bem apanhada pelo Ver. Nereu D'Avila, quando
relatou a matéria. Nós vivemos uma situação de dificuldade de estabelecer
aquele limite da nossa competência que a Lei Orgânica estabelece. A palavra
instituir, habilmente colocada pela Ver.ª Jussara Cony, nos dá uma
possibilidade, Ver. Garcia, de fugir do engessamento que determinadas
interpretações orgânicas nos levam a nos dobrar. Por isso, eu aproveito esta
oportunidade em que nós votamos esta matéria de grande profundidade, de
profundo conhecimento técnico para quem é especializado na área e que pôde
promover essa sensibilização da parte, penso eu, da Casa ou da grande maioria
da Casa, bem expressa nos Pareceres do Ver. Nereu D'Avila e do Ver. Paulo Brum,
que nos dão uma tranquilidade de partir para um voto seguro, tranquilo. Eu,
obviamente, não teria a pretensão de exaurir, em uma discussão pré-aprovação de
Projeto, uma matéria que se reviste de tamanha complexidade. Mas acho que é o
tipo da proposta, Ver.ª Jussara, e eu quero cumprimentá-la, porque até
desideologiza as discussões aqui na Casa. Quem de nós, de sã consciência, pode
deixar de apoiar uma iniciativa, quando, ao fim e ao cabo, cria alternativas
novas para que a saúde humana seja bem cuidada e até com elementos novos ou com
elementos antigos caídos no desuso em face da alopatia e de todo esse processo
medicinal que hoje toma conta, especialmente pela organização estrutural das grandes
indústrias da área farmacêutica? O Ver. Vendruscolo, sem querer, mexeu em um
assunto muito importante. De certa forma, foi lá na busca de justificativas que
os nossos antepassados, na fronteira do Rio Grande, lá no Iraí, lá no Quaraí,
sabiam a erva certa para ministrar o chá adequado para as dores que surgiam. A
Ver.ª Jussara pretende que o que era apenas empírico passe a ser agora bem
orientado. Institui essa política e dá oportunidade para que o Governo do
Município, como bem asseverou o Ver. Paulo Brum, insira-se num contexto maior,
num contexto nacional que batalha e trabalha nesse sentido.
Por isso, Ver.ª
Jussara, num dia muito especial para mim, eu quero lhe dizer que trabalho sério
como este a Casa não pode deixar de aprovar. Se há algum arranhão ao que é
regimental – que poderia ser discutido, neste meio tempo –, o mérito se
sobrepõe a tudo isso. E o que é Regimento, o que é formalismo jurídico, a gente
acomoda. Só não se acomoda na vida é a inação e a omissão, e nós não podemos
ser omissos diante de um projeto dessa ordem, dizendo, de público, que somos
solidários com a Ver.ª Jussara Cony, e iremos, com muita honra, votar a favor
do seu projeto. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 003/13.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; colegas Vereadores, colegas Vereadoras; senhoras e senhores que nos
ouvem; imprensa aqui presente; lideranças comunitárias. Cumprimento aqui os
Filhos da Candinha e toda a comunidade carnavalesca da cidade de Porto Alegre.
Este projeto da Ver.ª
Jussara Cony, que institui, no Município de Porto Alegre, a Política
Intersetorial de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares e de
Fitoterápicos, vem para se adequar à política nacional e à política estadual
que tem já um marco regulatório. Que este nosso País, que é um dos mais ricos
na biodiversidade vegetal, além de aproveitar as nossas plantas nativas, possa
aproveitar as outras plantas, principalmente, as aromáticas e condimentares,
que são da cultura culinária mundial. Falo aqui porque tive o prazer, Ver.
Cecchim, na gestão do Olívio Dutra, quando foi Prefeito de Porto Alegre, ser
Diretor na Secretaria que o senhor foi Secretário, na SMIC, e coordenei a
implantação das Feiras Ecológicas em Porto Alegre, que persistem até hoje, com
os seus grupos de trabalhadores da agricultura, e um dos grupos que atua
produz, justamente, plantas condimentares, sedimentos, condimentos medicinais,
plantas aromáticas e fitoterápicas. E o importante desse processo, Ver.ª
Jussara, é que qualquer um pode ter na sua casa, porque não é necessário ter
grandes espaços para produzi-las, inclusive, ela vem ao encontro da
sustentabilidade das Cidades, Ver. Paulo Brum, porque podemos também fazer a
reciclagem dos resíduos orgânicos e transformar isso em energia positiva.
Quero registrar aqui que este ano nós recebemos um Veto, e a Casa
aceitou, que eu considero muito ruim para a Cidade, referente ao projeto da
Ver.ª Lourdes, que criava hortas comunitárias. Esse projeto teria muita
similaridade, muita simpatia, muita complementariedade com as hortas também
comunitárias, as hortas educativas. Se cada escola, Ver.ª Sofia e Ver.
Professor Garcia, que são dois professores aqui, pudesse desenvolver um
canteiro com plantas ornamentais, plantas condimentares, plantas aromáticas,
plantas medicinais, plantas fitoterápicas, poderíamos desenvolver na juventude,
Ver.ª Jussara, o entendimento do potencial que tem a flora brasileira. Nós
temos aqui seis biomas: a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal, a
Amazônia e o Pampa Gaúcho, e em cada um deles há um conjunto de plantas que o
nosso povo da cultura do campo produz. Eu lembro aqui, por exemplo, do
quebra-pedra, que todo mundo utiliza no campo para doenças renais, para poder
ajudar. Lembro também do salgueiro e do sabugueiro, que são plantas que vêm
para auxiliar na questão da pressão. Então, quem se criou no campo, Ver.
Brasinha – o senhor que é de origem indígena sabe – tem toda essa cultura. E
essa potência que nós temos, em termos de cultura das plantas medicinais,
aromáticas e condimentares, é importante.
Então eu venho aqui, em nome da minha Bancada, dizer que tem cem por
cento do apoio do Partido dos Trabalhadores para que esse projeto se torne uma
realidade na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 003/13, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
eu fiz questão de vir aqui, Ver.ª Jussara Cony, porque a nossa Bancada e a
oposição valorizam muito iniciativas como essas. Aliás, todas as nossas
intervenções, críticas e debates, nesta Casa, têm, paralelamente, iniciativas
de projetos de lei, de emendas e de trabalhos de frentes parlamentares. É muito
séria a oposição que nós fazemos, apesar da tentativa da situação, ao invés de
enfrentar o debate, desqualificar a postura da oposição. Um exemplo disso,
Ver.ª Jussara, é a tua experiência, o teu acúmulo nessa área, que traz para
nossa Câmara, mais uma vez, um instrumento para que esta Cidade passe ou volte
a valorizar esse tipo de ervas medicinais, fitoterápicas, ajudando a ensinar e
estimulando nas diferentes frentes. Por isso, a proposta da intersetorialidade
é muito importante.
O Ver. Engº
Comassetto citou exemplos, mas eu quero lembrar de um que parece estranho, mas
não é, tem a ver muito com o espírito da política que V. Exa. propõe, que é um
Programa de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares e de Fitoterápicos.
Pasmem, para minha surpresa, neste momento, coincide com a apresentação do
Programa Mais Médicos para o Brasil da Presidente Dilma, porque o Brasil vem
fazendo um investimento da saúde preventiva da família. E é uma saúde que
pressupõe não apenas a ação do médico, ao contrário, a ação de uma equipe de
forma preventiva, que não tem conseguido completar a equipe com médicos. Não
tem conseguido por “n” situações. Mas as equipes de Saúde da Família, em todos
os lugares onde tem espaço, têm produzido ervas, têm produzido condimentos, têm
produzido os temperinhos verdes, Ver.ª Jussara Cony... Exatamente, a salsa,
lembra-me a Jussara. A equipe de Saúde da Família, o agente comunitário de
saúde, os técnicos, todos se envolvem em ter oficinas da medicina natural,
oficinas ensinando a família a trabalhar com esses condimentos, com essas
alternativas naturais, com chás, com temperos, com condimentos – isso é
possível produzir em um vasinho dentro de casa! Então, se a equipe de Saúde da
Família tem essa visão preventiva e investe na autonomia das famílias, no pouco
espaço de terra que tenha, na janela que tenha, no vasinho que tenha, imaginem
quão maior não é a responsabilidade da SMIC, quando atua – deveria atuar – no
sentido de incentivar as hortas comunitárias e trabalhar esse tipo de cultivo.
Em muitas das nossas escolas estaduais e municipais isso existe. Estivemos
visitando o CMET – Centro de Municipal de Educação de jovens e adultos –, lá
está a hortinha. Nessa semana que passou, a CECE esteve na Salomão Watnick; a
escola está há perto de um ano nas novas instalações e já tem uma horta, e é
uma escola para crianças e adolescentes surdos.
Então, há um esforço
porque há uma consciência de que essas alternativas naturais são muito
importantes: um chazinho que resolve muitas questões, um tempero feito em casa
sem agrotóxico... Que dirá, Ver.ª Jussara Cony, se tivermos uma política para
isso! Esta Cidade pode dar exemplo. Eu quero te parabenizar. Horto-medicinal é
a terminologia correta do que fazem, inclusive, as nossas equipes de Saúde da
Família. Então, quero te parabenizar, em nome da oposição, apoiar e desejar que
vire política concreta na cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para encaminhar a votação do PLL
nº 003/13.
O SR. DR. THIAGO: Obrigado, Ver. Bernardino.
Ver.ª Jussara, ontem, eu estava de plantão – das 8h de ontem até às 8h de hoje
– no Hospital Presidente Vargas, onde eu, com os residentes e com outro colega
de plantão fizemos dez partos. Quero dizer que eu tenho um profundo respeito
por essas pessoas.
Eu quero
parabenizá-la, Ver.ª Jussara, porque acho que este projeto é muito importante.
Ele dialoga com as comunidades mais periféricas da Cidade, respeitando a nossa
área rururbana, principalmente o Extremo-Sul de Porto Alegre, onde há uma
cultura muito forte, não só com relação à fitoterapia, mas com relação à
homeopatia. Lá, nós tivemos oportunidade de ter o primeiro ambulatório – criado
na gestão do Dr. Pedro Gus, como Secretário Municipal de Saúde – de homeopatia
descentralizado da Cidade, na própria Unidade Sanitária do Lami, uma comunidade
que encara isso como uma questão que transcende a área medicamentosa, como uma
questão cultural. O seu projeto coloca muito bem que isso não deve ser imposto,
deve ser trabalhado e construído com as equipes de Estratégia de Saúde da
Família, com as enfermeiras, médicos, técnicos em enfermagem, agentes
comunitários de saúde, para que dê certo, seja ampliado, seja efetivado, e
nisso está o seu mérito.
Quero dizer ao Ver.
Bernardino que a grande maioria dos remédios que nós temos hoje não têm origem
sintética, têm origem em elementos da natureza, e, por isso, sem dúvida
nenhuma, nós devemos aprimorar isso. Eu acho que o Ver. Bernardino fez essa
provocação para ouvir também o nosso posicionamento nesse sentido. As coisas
não são excludentes. A Medicina alopática e a Medicina homeopática não são
excludentes; elas são, sim, complementares. Então, é importante isso. É
importante que cada profissional tenha o seu protagonismo: o enfermeiro tem um
papel fundamental na equipe, o agente comunitário tem o seu papel, o
farmacêutico tem um papel importante, o médico tem o seu papel. Cada
profissional, numa equipe de saúde, é fundamental e indispensável, por isso a
equipe de saúde é construída dessa forma. Então, a gente sempre tem que pensar
saúde num pensar de uma equipe multidisciplinar, numa equipe transversal, numa
equipe que trabalha todas as questões das comunidades.
Eu quero
parabenizá-la e dizer que sou favorável ao projeto. Principalmente quando se
fala em pesquisa, promoção, formação e capacitação dos profissionais, nós
devemos sempre pensar e olhar com outros olhos, no sentido de incentivar ações
como essa.
E quero dizer,
aceitando a provocação da Ver.ª Sofia, que nós, médicos, temos feitos, sim, uma
profunda reflexão sobre por que o Brasil não tem médicos em alguns locais. Isso
passa pelas condições, muitas vezes, de trabalho desses profissionais; isso
passa em alguns Municípios, lá no Interior... E aí a gente ouve, como ouvimos
em alguns lugares, que o salário é de R$ 30 mil; só que esquecem de dizer que
são R$ 30 mil para a vida toda, porque, no primeiro mês, ganha R$ 30 mil, no
segundo e no terceiro mês não é pago. E a pessoa volta, como voltaram alguns
colegas para Porto Alegre, com uma mão na frente e a outra atrás. Alguns
colegas que se aventuraram e tentaram ser solidários às necessidades anãs de
atendimento de saúde em algumas localidade neste País acabaram voltando para
Porto Alegre com uma mão na frente e outra atrás. Então, é por isso que, muitas
vezes, não se tem médicos em algumas localidades.
Para terminar, eu
visitei, Ver. Pujol, Vila Flores, eu visitei Veranópolis – a sua terra, Ver. ª
Sofia –, e lá não falta médico! Então, essa reflexão nós precisamos
profundamente fazer.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
PLL nº 003/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 127/13 – (Proc. nº 2090/13 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Apoio ao plebiscito para reforma política proposto pela Presidenta Dilma Rousseff.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago):Em votação o
Requerimento nº 127/13. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 127/13.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Vereadores, Vereadoras, eu queria tratar deste tema, na verdade,
mais amplamente do que o tema da reforma política, mas, sobretudo, das
perguntas que vêm das ruas deste País. O Brasil viveu um momento histórico que
certamente veremos nos livros de História em pouco tempo em que a juventude,
com a faísca do aumento da passagem, se mobilizou sobre vários outros temas que
dizem respeito à política, sobre a ausência de democracia, sobre as escolas,
hospitais e a necessidade de fortalecer os serviços públicos. Uma das respostas
que o Governo Federal deu, logo no início desse processo de mobilização, foi a Constituinte
exclusiva para discutir a reforma política. Nós vamos além. A Luciana Genro
sempre tem falado de que seria necessário uma Constituinte exclusiva para
discutir os temas da Constituição, porque é inaceitável que um país como o
Brasil não discuta que, até o momento, o imposto sobre as grandes fortunas não
tenha sido regulamentado; é inaceitável que um país como o Brasil não discuta
que 46% do Orçamento federal vá para a dívida pública, para os rentistas, que
ganham os banqueiros, os grandes empresários; é inaceitável que um país como o
Brasil não discuta por que o salário do Deputado Federal é mais do que R$ 20
mil, e os professores não ganhem sequer o piso nacional do Magistério; é
inaceitável que não se discutam temas estruturantes de um País extremamente
desigual, sexta economia do mundo, que convive com um quadro dramático em
relação a acesso a serviços públicos e uma população que, majoritariamente,
ganha um salário mínimo e meio.
É por isso que nós
queremos, sim, discutir. Há necessidade de que o País faça uma Constituinte
exclusiva, com candidatos avulsos, para discutir os temas da Constituição,
porque é necessário que se discutam os temas estruturantes, e é isso que as
ruas pedem.
Sobre a proposta do
Governo Dilma, não durou nem 24 horas a proposta de Constituinte exclusiva para
discutir a Reforma Política. O plebiscito não vincula o voto dos Deputados, é
uma consulta. Nós somos a favor de que seja feito um plebiscito, mas são temas
ainda insuficientes perto da mobilização.
Queremos discutir o
financiamento, queremos discutir o fim do voto secreto no Senado, queremos
discutir a revogabilidade de mandatos, porque boa parte dos governantes se
elege e trai o seu discurso de campanha, e a população não tem condições,
mecanismos de exigir a revogabilidade de mandato. Nós queremos discutir o fim
das coligações. Mas estes temas são insuficientes. Nós queremos saber por que o
Governo Dilma não está discutindo a questão da concentração de renda, e nós
sabemos que a oposição de direita chega a ser ainda mais reacionária, porque
não quer plebiscito, querem só um referendo o PSDB e o DEM. Querem perguntar
sim ou não para a votação do Congresso. Agora, se o plebiscito, por um lado,
não vincula o voto do Congresso Nacional, ainda, em última análise, fica o Congresso
Nacional apodrecido como o responsável da votação do plebiscito; o referendo
sequer ouve as ruas antes de o Congresso votar. E aí a população, depois da
votação do Congresso, vota sim ou não.
Os caciques
partidários já estão dizendo que a Reforma Política não sai a tempo, que não dá
tempo de votar para a eleição do ano que vem, porque, na verdade, não querem
Reforma Política. Mas o que eu cobro do Governo Federal é que não quer discutir
o tema central de um país tão desigual como o nosso, que é a questão da
concentração de riqueza, que é que os ricos pagam menos impostos do que os
trabalhadores, que os assalariados, que a tabela do Imposto de Renda está há
anos congelada. São dados que mostram que, no nosso País, os trabalhadores
assalariados é que são massacrados – massacrados! – por um sistema de impostos
que não diferencia ricos e pobres. Ao contrário, os pobres pagam quase 50% da
sua renda anual em impostos enquanto para os ricos não chega nem a 20%. Então,
nós precisamos, sim, dizer em alto e bom som que é necessário que os ricos
paguem por essa crise e que se criem mecanismos de discussão popular.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 127/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, senhoras
e senhores, Vereadores, Vereadoras, eu gostaria que pudéssemos ter um debate
profícuo neste plenário. Eu discutia, agora, com o Ver. Clàudio Janta e acho
que o objetivo da moção começa a obter resultado. Primeiro, porque nós não
podemos subestimar a mensagem das ruas, e a mensagem das ruas diz que o povo
quer falar. Sobre o tema do plebiscito – plebiscito é perguntar, é instituir a
pergunta e empoderar a resposta –, eu gostaria, Ver. Janta, que pudéssemos fazer
esse diálogo aqui da tribuna também. Eu repito: o governo brasileiro, o
Congresso Nacional, instituindo a pergunta, formalizando a pergunta, empodera a
resposta, e é bem verdade que não é qualquer pergunta que nos interessa. Só que
é bem verdade também que, não fossem os movimentos de junho de 2013, o
Congresso Nacional teria enterrado qualquer reforma política mais uma vez. E eu
vou responder e vou repetir, Ver. Idenir Cecchim: vamos reconhecer, enquanto
Parlamento, que o Congresso Nacional teria enterrado, mais uma vez, qualquer
reforma política. No início deste ano, o Relator apresentou o relatório, o
Henrique Fontana insistiu, os partidos se movimentaram e acabou, encerrou como
num passe de mágica, como aconteceu em todos os outros anos. O povo nas ruas, o
junho de 2013 mostrou a insatisfação com essa política onde os seus anseios
acabam nos acordos de liderança no Congresso. E o plebiscito significa “Povo,
fale”. E a sua fala será empoderada e será ouvida. O plebiscito significa que
as instituições, até então impermeáveis...Impermeáveis, é importante dizer,
porque as pessoas dizem: assinamos um milhão de assinaturas para fazer sair o
presidente do Congresso, e nada aconteceu. Um milhão de assinaturas para tal e
nada aconteceu. Há corrupção, e não vão presos. Essa é a fala, é a atenção que
levou 100, 200, 300 mil no Rio de Janeiro e em São Paulo. Não gosto dessa
expressão de que o gigante acordou, mas o gigante está aí vivo. É importante,
com a responsabilidade de Partidos políticos, lembrarmos que os cartazes diziam
que as pessoas não acreditavam mais no Partido, Ver. Clàudio Janta. E nós hoje
dizermos que o povo não poderá falar, é muito sério. Há Partidos que ainda não
sentiram a crítica que o povo brasileiro vem fazendo na rua. Há Partidos que ainda
acham que o povo não precisa ser ouvido. Há Partidos que ainda acham que isso
foi um sopro, um episódio, um descuido, uma brincadeira. Não foi! E o fenômeno
está na rede social. A mobilização e a consciência política que está
acontecendo é histórica, é maravilhosa, e o plebiscito reconhece isso. E dizem:
então falem sobre o contrato social, digam. Eu dedico agora o último minuto às
perguntas. Também acho que o Congresso Nacional e a Presidente da República não
podem perguntar sobre futilidades, sobre lateralidades, sobre questões que não
são centrais, porque isso é trair a fala e o anseio do povo que está na rua. O
debate da pergunta é um debate que tem de permear o povo. O Governo do Estado
fez um gabinete digital, ouvindo o povo. Nós aqui na Câmara, Sr. Presidente,
vamos fazer, antes de fechar o semestre, uma escuta sobre qual reforma
política. O que estou propondo é que nós aprovemos que o povo fale e que a
resposta seja empoderada – fale para as instituições, fale para o Poder
instituído, diga qual é o contrato para respeitar a imensa massa do povo
brasileiro que pede democracia.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
127/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; a Constituição Federal prevê
varias formas de participação popular. A Constituição Federal de 1988 não
hierarquizou, não disse essa é melhor, aquela é melhor; essa é da direita,
aquela é da esquerda; a Constituição Federal não diz isso, simplesmente diz que
era importante a participação popular na forma de plebiscito, referendo ou
consulta popular, elencando as formas de participação popular, mas não
discrimina, não faz juízo de valor: simplesmente são diferentes os modos de
chegar ao mesmo objetivo.
O PMDB tem uma
posição muito clara, expressou a sua posição: nós temos um Congresso que
precisa dizer a que veio, nós precisamos fazer a reforma política, que é das
mais urgentes no nosso País. O Congresso precisa apresentar para a sociedade
uma proposta de reforma política, e a sociedade vai dizer se quer ou se não
quer, se aceita ou se não aceita.
Ver. Janta, vamos por
partes aqui na reforma política, o que está propondo, por exemplo, o Deputado
Henrique Fontana, do PT? A primeira coisa: financiamento público de campanha.
Será que alguém acha que é justo que eu tire o dinheiro que faz tanta falta no
social, na saúde, na infraestrutura, nas estradas ou em qualquer outra coisa e
crie uma verba orçamentária de cem milhões de reais para patrocinar campanha
política dos candidatos e dos políticos do Brasil afora? Será que a sociedade
que clama e foi às ruas quer que o Estado pague campanha política? Tenho
certeza de que a sociedade quer que esse dinheiro vá para onde precisa, para o
social principalmente.
Vamos pegar uma outra
questão também polêmica. Eu falo com muita tranquilidade, hoje me toca, com
muita honra, a presidência do Partido, mas a tal da lista fechada...Aí eu faço
um acordo no Partido – vejam bem que estou falando contra mim, porque poderia
ter interesse. Faço uma lista fechada, boto eu de primeiro e o senhor de
segundo, ou o senhor de segundo e eu de primeiro, outro de terceiro e outro de
quarto – uma panelinha, num acordo entre amigos. Fico para o resto da vida aqui
na Câmara! É lista fechada! O cara vai votar: “Eu quero votar no PMDB.” Se
fizer 60 mil votos, vão entrar quatro Vereadores do PMDB: os quatro primeiros
que estão na lista. Quem é que definiu quem são os quatro primeiros? Alguns iluminados
lá no Partido, porque nós retiramos do eleitor aquilo que é mais sagrado ao
eleitor e ao sistema democrático: a primazia do direito de escolha!
Então, financiamento
público para o Estado ter que pagar as nossas campanhas! Muito bom, não preciso
mais me mexer, não preciso mais cumprir compromisso nenhum. Vou lá pedir, e o
Estado, essa mãe generosa, vai ter que pagar a minha campanha. Somos contra!
Lista fechada, tira do eleitor, somos contra!
Agora, tem que pensar
o sistema de Governo. Para nós, eu acho que parlamentarismo seria muito melhor
do que esse presidencialismo de coalizão que cria essas corrupções. Um sistema
distrital misto. Aí, bom, vamos discutir o que interessa. É isso que a
população disse e quis. Primeiro, é o Congresso Nacional, que custa mais à
República do que o Estado do Rio Grande do Sul, e que tem que dizer a que veio.
Façam uma proposta, porque o Congresso está lá para representar a sociedade. E
a posição do PMDB é que se ouça, sim, o povo! O que está escrito na Constituição,
o fiel dessa Constituição é o PMDB! Nós queremos ouvir, como já dissemos na
forma posterior, na forma do referendo, que a população diga: “É por este
caminho que nós queremos ir.” Não por manipulações! Então, eu acho que se o
PMDB não dissesse mais nada a que veio, já cumpriu o seu papel histórico,
porque eu sempre digo: ele refreia, muitas vezes, ímpetos totalitários. Coisas
que aconteceram na Venezuela, na Bolívia, aqui no Brasil não vão acontecer,
porque as nossas instituições são fortes, nós temos Partidos fortes e temos
Partidos, sobretudo comprometidos com a democracia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 127/13.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que o Valter Nagelstein falou muito bem
aqui. Um plebiscito que prevê o financiamento público de campanha que já
existe. O Fundo Partidário é um financiamento público de campanha em que os
Partidos, além de receber uma verba, disponibilizam um horário nobre de rádio e
TV. Esse financiamento público já existe. Esse plebiscito vai custar aos cofres
públicos, no mínimo, R$ 1 bilhão, sem falar nas propostas deste plebiscito que,
em nenhum momento, o Governo ouviu! O Governo continua com um problema muito
sério de audição! O Governo tem que fazer uma limpeza nos tímpanos porque não
ouve as reivindicações do povo. Ele não ouviu ninguém para fazer o plebiscito.
A Presidente Dilma reuniu as Centrais um dia antes de anunciar o plebiscito e
não quis ouvir perguntas com temas para serem incluídas no plebiscito. Nós
queremos saber se, no plebiscito, não pode ser incluída a questão do voto
aberto no Congresso Nacional, nós queremos saber se, no plebiscito, vai
continuar essa orgia de coligações que são feitas para se chegar ao poder e
depois continuam para se manter no poder. Nas eleições, as pessoas estão em um
Partido; tomam posse e já estão apoiando outro. Mas principalmente falo das
questões que levaram o povo à rua, e o Governo até agora não ouviu. Nós
queríamos saber se, no plebiscito, nós vamos discutir a jornada de trabalho, de
40 horas ou 44 horas; se no plebiscito nós vamos discutir o fator
previdenciário, se trabalha o que se contribuiu para a Previdência ou trabalha
a proposta do Governo, se no plebiscito nós vamos discutir a questão da saúde e
da educação! O Governo nos jogou no Pré-sal e agora o grande financiador,
financiado pelo Governo na questão do Pré-sal, o Eike Batista, vai dizer que não
existe mais petróleo; o homem que tomou R$ 18 bilhões do BNDES dizendo que era
só uma brincadeira de um playboy a
extração do petróleo no Pré-sal, que não existe petróleo no Pré-sal. E o
Governo nos dá um investimento futuro para Educação e para Saúde, mas queremos
investimento agora na Educação e na Saúde. A Presidente anunciou cinco pontos,
mas em nenhum momento, a Presidente falou, por exemplo, em isenção de imposto
de renda para quem ganha até cinco ou seis mil reais; em nenhum momento a
Presidente falou em fazer um novo pacto federativo; em nenhum momento falou em
fazer uma reforma fiscal neste País. A reforma política que a gente quer não é
essa que estão propondo. Não é essa a que o povo quer. O povo quer uma reforma
política que não fique financiando campanhas. O Ver. Bernardino, mesmo, aprovou
uma Moção de Apoio, aqui nesta Casa, da OAB, para acabar com essas atrocidades
de doação de campanha que se vê, uma reforma política em que a campanha seja de
corpo a corpo, uma campanha que não permita que cada voto, que cada
financiamento público custe aos cofres públicos R$ 11,00.
E, na questão da
Saúde, nem se fala! A questão da Saúde não foi nada atendida. Na questão da
Saúde, a saída foi montar uma cozinha vazia, só com azulejos, e aí se diz que
vai contratar cozinheiro, mas não se bota fogão, não se botam panelas, não se
botam condimentos, não se bota o alimento e muito menos o tempero. O Governo
fala em trazer médicos, mas não fala em ampliar os hospitais; o Governo fala em
trazer médicos, mas não fala em melhorar os equipamentos da Saúde; o Governo
fala em trazer médicos, mas não fala em dar acesso ao povo à Saúde. O que nós
queremos, o que o povo que está indo à rua quer é o que estava pedindo:
educação, saúde. O que o povo que estava indo e que está indo às ruas quer,
agora ano dia 11, é uma correção da tabela do imposto de renda com isenção para
quem ganha R$ 6 mil; o que o povo quer é Reforma Agrária, é redução da jornada
do trabalho. O povo não quer um plebiscito por um Congresso Nacional que desrespeitosamente
usa os seus jatinhos da Força Aérea Brasileira quando o povo está indo às ruas.
O Congresso, Ver.ª Sofia, quer fazer um plebiscito, e a senhora pede apoio à
proposta de plebiscito da Presidente Dilma Rousseff, mas nós queremos uma
proposta de apoio às reivindicações do povo brasileiro, que está indo às ruas,
neste dia 11, como tem ido às ruas toda a semana, e, até agora, nada do que o
povo brasileiro, esses estudantes, esses trabalhadores brasileiros vêm pedindo
na rua foi atendido. Vão dar R$ 50 bilhões para a mobilidade urbana, e até
agora nada sai na mobilidade urbana, porque a nada se consegue atender na
mobilidade urbana. Deem R$ 50 bilhões para a Saúde, deem R$ 50 bilhões para a
Educação, deem R$ 50 bilhões para os trabalhadores brasileiros. Com força e fé,
vamos seguir lutando pelo povo brasileiro e apoiando as reformas estruturais
que este País precisa fazer.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
127/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, em verdade, eu poderia tranquilamente subscrever
sobre o Orçamento, Vereadora, porque, sinceramente, aqueles que defendem que as
ruas sejam ouvidas, não ouviram em momento nenhum, a não ser vozes muito
isoladas, reclamar sobre essa famosa reforma política, que eu acuso que, nos
termos em que ela está sendo proposta, é uma mera reforma eleitoral destinada a
tentar acomodar alguns interesses absolutamente contrariados pela voz das ruas.
E olha que as
propostas que surgem, Ver. Janta, até como reforma eleitoral, são pífias. Olha
a que diz o seguinte: “Vamos acabar com o suplente de Senador”. Ah, é? E quem
vai substituir o Senador no impedimento dele? “Ah, o menos votado”. Já pensou,
que brincadeira? Eu concorro a Senador, faço dois votos, o outro faz dois
milhões, eu sou o seu suplente, na ausência dele, se ele é convocado para outra
atividade qualquer ou até mesmo por razões de doença ou falecimento, eu assumo,
o derrotado assume! Esta é uma das pérolas que estão tentando mandar para este
País.
Em verdade, o
seguinte, quando nós falamos em reforma política, falamos na reforma da
política brasileira, inclusive, a maior de todas as reformas que a sociedade
exige – consciente ou inconscientemente – é a restauração do pacto federativo
que, definitivamente, retire os prefeitos, os governadores deste País da
condição de meros pedintes que, de três em três dias, têm que estar em Brasília
pedindo recursos até mesmo para recuperar o Mercado Público Central, que é o
que está fazendo hoje lá o Prefeito José Fortunati.
Então, eu quero, com
toda a tranqüilidade, dizer o seguinte: eu sou Presidente do Partido em Porto
Alegre, Secretário-Geral no Estado e integrante do Diretório Nacional, se vier
reforma política nesses termos, tudo leva a crer, Ver. Brasinha, que eu seja um
grande beneficiário, porque, evidentemente, ao formar a lista, o meu nome vai
ser considerado. Mas isso não é democracia, não é por aí que nós queremos.
Eu discuti outro dia
e até divergia do meu amigo Bernardino Vendruscolo a respeito da contribuição
das empresas. Eu acho que, se alguma coisa querem fazer nesse sentido, é muito
mais consequente disciplinar a forma de contribuição, que hoje é limitada a um
determinado percentual da renda obtida pelo cidadão individualmente, ou do
faturamento da empresa por ela realizada, se há um exagero nisso, vamos
diminuir!
Mas eu disse, aqui,
tranquilamente, o dia em que eu tiver que ser candidato com recursos meus,
próprios, eu não sou candidato, Ver. Brasinha, V. Exa. sabe que eu não sou, eu
não recursos para isso. Eu não tenho caixa dois, ou três, quarenta anos de vida
pública, e eu não arrumei dinheiro; arrumei amigos, isso é verdade! E eu me
vanglorio muito dessa circunstância!
Por isso, eu quero
dizer que ouvi bem o pronunciamento do Ver. Janta, e tenho grandes pontos de
convergência com ele, desde a principal colocação, que não foi dita, e que eu
vou proclamar: essa tentativa de colocar esse plebiscito no País, já receitado
pela maioria dos juristas brasileiros, cheia de imperfeições, Ver. Brasinha, só
tem um objetivo: desviar a opinião pública brasileira da catástrofe que está
sendo a Administração pública federal, do Mantega, dos seus amigos. Fazer o
povo esquecer dos 18 bilhões do Eike Batista, dos recursos atirados lá para o
Evo Morales, ou até mesmo para o Chaves, ou quem sabe aqueles outros deixados
lá na África para serem gozados e aproveitados pelos grandes empreiteiros
brasileiros, que já pegaram o dinheiro e que, agora, não precisam pagar, porque
a dívida foi perdoada pelo Governo. Essa é a grande reforma que quer o País, a
reforma do pacto federativo e do restabelecimento da responsabilidade do
governante perante a Nação.
Por isso, Ver. Janta,
muito à vontade, vou votar igual ao senhor. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
segue o debate, mas quero fazer uma proposição, e, depois, V. Exa. pode,
talvez, chamar os Líderes. Há uma pequena confusão em função de o Requerimento
dizer que o plebiscito foi proposto pela Presidente Dilma, não quer dizer que
há acordo com as perguntas. Então quero deixar aberto, aqui, o tema da forma de
redação para fins da sequência do debate.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu gostaria que V.
Exa esclarecesse, mas eu não vejo, regimentalmente, uma forma de eu votar uma
Moção se não for para votar aquela que foi proposta. O que está subentendido
não é colocado; o que está claro está escrito ali. Não há como sair disso.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 127/13.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna, em
nome do meu Líder, Ver. Cassio Trogildo, do Ver. Paulo Brum e do Ver. Elizandro
Sabino, que sempre me permite vir falar, e, por isso, eu faço este
agradecimento ao meu colega Vereador. Senhores, teve todo esse tipo de
manifestações no Brasil, por todos os cantos e cidades do País, mas eu não vi
nem um cartaz sequer pedindo plebiscito, Ver. Bernardino Vendruscolo, não vi.
Ver. Mauro Pinheiro, Ver.ª Sofia Cavedon, não apareceu sequer um cartaz na
televisão ou no jornal pedindo plebiscito. Claro que a Presidente Dilma,
inteligentemente, querendo parar com as manifestações, se adiantou e botou que
estão querendo plebiscito. E quero dizer à senhora, Ver.ª Sofia Cavedon, que,
imediatamente, ela recuou. Ela achou que, com a proposta de plebiscito ou
referendo, iria acalmar a população. Mas a Presidente não diz como vai ser pago
esse plebiscito, de onde vai sair esse dinheiro, Ver.ª Jussara Cony? Tem custo,
e muito! E, aí, a Presidente quer propor o plebiscito.
Eu quero dizer, Ver.ª
Sofia, que não vou votar junto com a senhora nessa sua Moção, porque eu acho
uma verdadeira vergonha para o Brasil. Gosto da Presidente Dilma, mas ela foi
muito infeliz nessa proposta, que foi simplesmente para abafar todas as
manifestações que aconteciam, achando que acertava. Basta ver que ela recuou
imediatamente. Então eu quero dizer-lhe, Ver.ª Sofia, que sou contra o
plebiscito, porque tem custo e vai custar muito, que ela empregue esse dinheiro
na Saúde, na Educação, na Segurança. Por que ela não faz isso? E sabemos que,
quando se fala em plebiscito, tem custo. A Ver.ª Sofia Cavedon uma vez fez uma
proposta de fazer um plebiscito, um referendo para o Pontal do Estaleiro, Ver.
Professor Garcia. E ela queria, só que não dizia de onde sairia o dinheiro.
Primeiro, ela tem que apontar de onde sai o recurso, dizer de onde é, então pode
ser, desde que não seja dinheiro público. Dinheiro público tem direção: é para
a Saúde, Educação, Segurança, enfim. E é uma vergonha no Brasil todo a nossa
Saúde. Em Porto Alegre está melhorada, mas nos outros locais... Então quero
dizer que sou contra a Moção de Apoio ao plebiscito da Ver.ª Sofia Cavedon.
Voto contra e a minha Bancada também me acompanha e vota contra. Nós não
podemos, imediatamente, só porque a Presidente fez essa proposta, achar que ela
está certa e votar favoravelmente.
Desde já agradeço os
senhores, dizendo que a Presidente achou que ia acalmar o povo, mas não vai
acalmar, não, em hipótese nenhuma. As manifestações da rua são bem-vindas
sempre. Tem que reclamar porque eles estão lá gastando muito. E é lá em cima
que acontece, lá no Planalto, lá no Congresso, aqui nós somos uma minoria.
Quero dizer que eu me somo, tem que cobrar, mas digo “não” ao plebiscito.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 127/13, pelo Governo.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, quero
primeiro parabenizar a Ver.ª Sofia Cavedon por oportunizar que esta Casa possa
fazer essa discussão, porque realmente é um belo tema a questão do plebiscito e
referendo.
E quero dizer que
talvez este Vereador seja o único Vereador desta Casa que tem uma lei em Porto
Alegre que prevê o plebiscito. Em 2004, eu fui autor da lei que, para cercar
parques na cidade de Porto Alegre, só através de plebiscito. Então, isso teve
uma grande discussão na época. Foi feita uma alteração, com a qual eu
concordei; depois a alteração foi: parques entregues por algum empreendedor,
sem custo para a Cidade. Foi feita a alteração do Parque Germânia, que também,
na época, foi uma grande confusão, e este Vereador fez uma Emenda que causou na
época uma grande confusão, ou seja: estabeleci que 10% da área do Parque,
obrigatoriamente, teria que ter local para área de lazer, esportes e recreação,
e foi quando o construtor enlouqueceu aqui nesta Casa! Mas, quanto ao
plebiscito ou ao referendo, primeiro, eu gostaria de colocar a diferença entre
um e outro. O plebiscito é convocado e aplicado antes da criação de um ato
Legislativo, e tivemos, há bem pouco no Brasil, a questão das armas. O
referendo é aplicado depois da criação de uma Lei, prevista anteriormente, já
como referendo, ou seja, se a população vai convalidar aquilo ou não. Eu sempre
entendo que o plebiscito é melhor que o referendo, mas da forma como a
Presidente propôs, ela sabe que é inviável. Ela criou cinco itens:
financiamento de campanha, sistema eleitoral, fim da suplência do Senador,
manutenção das coligações partidárias e fim do voto secreto nas votações do Congresso.
Fim da votação secreta no Congresso – isso, imediatamente, ela poderia chamar
os dois Presidentes, da Câmara e do Senado, e acordar, porque é um clamor da
população, já mataria esse quesito. Agora, quando ela fala na questão do
sistema eleitoral, ficam algumas questões. Eu pergunto, no caso do voto
distrital, que entra na questão da reforma do sistema eleitoral, se for
aprovado, como ficaria? Nós saberíamos se ele valeria para uma Cidade, para o
Estado, para a Região? E ao mesmo tempo o seguinte: se a população convalida,
quem vai definir depois esse detalhe que vai ser a Presidente da República. E
aí pode criar um monstro e o povo dizer: “Mas, não era isso que estava”. O
plebiscito tem de ser de forma clara, pergunta taxativa. E quando a Presidenta coloca:
sistema eleitoral – não é claro; é vago; não é factível, é amplo, e,
principalmente, quando se fala numa questão distrital. Por exemplo, Porto
Alegre seria por bairros? Então, eu coloco essas questões. Nessa situação, sou
a favor do referendo, mas entendo que no Brasil, de forma madura, todos os
Partidos políticos já poderiam catalogar que, para 2014, independente se vai
ser plebiscito ou referendo, tem que haver plebiscito para um ou outro
determinado tema, porque essa prática nós temos que começar a vivenciar, porque
se não é falácia. Nós temos que vivenciar sobre uma questão, por exemplo, de
uma reforma fiscal, que urge. E dizem que não se tem dinheiro, mas, daqui a um
pouquinho, para outro se dá isenção. E aí como aparece? Então, quando se quer, pode.
Mas eu queria fazer esse registro, pelo menos para esclarecer o que é um e o
que é outro. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra
para encaminhar o Requerimento nº 127/13, pela oposição.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Boa-tarde, caros
colegas, todos que nos assistem. É a primeira vez que venho à tribuna hoje.
Meu amigo Brasinha,
falo com muito respeito, obviamente, mas trazendo as nossas divergências aqui,
que este é o espaço. Talvez o amigo não tenha visto os cartazes de reforma
política, porque eles não passaram na TV, eles não estavam nos jornais, porque
nem todos querem a reforma, mas, lá nas ruas, onde alguns aqui estavam, os
cartazes estavam, vários, e várias faixas. A Ver.ª Jussara, inclusive está
dizendo aqui que estava com a dela.
E em uma pesquisa do
Datafolha, 68% das pessoas disseram que apoiariam uma constituinte para
reformar o sistema político. Sessenta e oito por cento da população afirmou que
gostaria de uma constituinte.
E é falso esse debate
sobre vários temas, por exemplo, financiamento, eu já vou entrar nisso. Mas,
antes dos detalhes, eu acho que está em jogo aqui são aqueles que querem
mudanças ou não. Alguns usam as próprias mudanças para que não sejam feitas
mudanças hoje no Brasil. Eu ouço aqui discursos tentando jogar os temas para
outras coisas, para fugir do debate central, que é, sim, como nós somos
eleitos. Nós aqui, políticos, como vamos às ruas? Qual o financiamento? Quem
paga a nossa campanha? Quem paga o “santinho”? Porque quem paga a banda escolhe
a música – isso todo mundo sabe! E é isso que alguns, efetivamente, não querem
que se mexa. Alguns do status quo da
política brasileira não querem que nada mude neste País, porque é, sim, a
reforma política a mais importante das reformas. E concordando com um dos
argumentos que o colega, Ver. Janta, usou aqui sobre o Eike Batista. Quantas
campanhas que o Eike pagou? E eu não quero que o Eike pague mais campanha aqui
no Brasil, nem o Eike e nenhum outro desses especuladores! Eu não quero ter que
pedir dinheiro para esse tipo de gente para fazer minha campanha, mas hoje essa
é a regra do jogo e nós temos que ter, sim, coragem de mudar.
Eu estou entre
aqueles que não acredita que esse Congresso tem condições políticas de fazer
mudança. Eu gostaria muito – e o Governador Tarso tem dito isso, e eu concordo
com ele – que tivesse uma constituinte específica, em que nenhum Deputado
Federal e Senador pudessem estar. E aqueles que fizessem a reforma
constituinte, especificamente sobre os temas eleitorais, de leis
constitucionais e de leis ordinárias, seria uma reforma específica, depois, não
poderiam se recandidatar mais a Deputado Federal nos próximos quatro, oito
anos. Eu quero uma reforma de verdade; eu quero uma reforma em que esse pessoal
que está na rua possa se eleger. É falso, entrando aqui especificamente nos
temas, o financiamento público. Hoje, o Fundo Partidário custa R$ 1,5 bilhão
para o Brasil. Será que não dá para fazer uma eleição com R$ 1,5 bilhão? Eu
acho que dá, não precisa pôr nenhum centavo a mais do que já é colocado hoje!
E, hoje, um outro colega disse que um plebiscito custa muito. Mas os
Parlamentos do Brasil, todos eles – segundo a ONG Transparência Brasil –
custam, hoje, R$ 23 bilhões para o País: os Municipais, os Estaduais e o
Congresso Nacional. Por que não tira R$ 1 bilhão do nosso orçamento dos
Parlamentos do Brasil para consultar o povo diretamente? Do que se tem medo? E
eu acho que, sim, é importante esse plebiscito. É insuficiente? É, porque lá
não está, por exemplo, o fim do Senado, que eu, pessoalmente, e meu Partido,
desde a sua criação, defendemos. Não está lá! É insuficiente, mas, mesmo sendo
insuficiente, eu quero que o povo possa continuar debatendo política, e eu não
acho que o povo seja burro. Tem alguns dizendo que o povo não tem condições de
discutir esse tipo de assunto, que é muito complexo; não é complexo coisa
nenhuma! Tem muito assunto que vai ficar claro, se nós pudermos ir para uma
campanha defender cada um dos pontos que estão em discussão, hoje, no País.
Qual o Parlamento? Qual a forma da representação? Quem está nos Parlamentos
hoje? Será que a classe pobre do País está aqui, nos Parlamentos? Claro que
não! Isso, efetivamente, é um processo que nós temos que mudar, e eu realmente
estou com a Presidente, não só para pedir dinheiro para reformar o Mercado
Público; eu estou com a Presidente para as grandes reformas que ela quer
liderar neste país e que eu tenho certeza de que ela vai conseguir fazer.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 127/13.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente,
Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Ver.ª Sofia Cavedon, quero
dizer que vou votar favoravelmente à sua Moção. Eu até estava pensando em não
falar, mas buscando um pouquinho as provocações que alguns prezados colegas
fizeram quando nós aprovamos a Moção de Apoio à OAB, agora, há pouquinhos dias,
quando nós protocolamos nesta Casa, e foi aprovada, em que a OAB faz uma
movimentação no sentido do término das doações partidárias e de campanhas
provindas das empresas, resolvi falar. O que a gente tem visto é que só falta
alguns Parlamentares andarem com um atestado de pobreza no bolso, e, quando
chegam os períodos de campanha, meu Deus do céu! Eu não vou personalizar aqui,
porque nós temos que manter um nível, aquele negócio todo, mas não dá para
deixar de fazer essa observação. Eu não tenho dúvida, Ver.ª Sofia, de que, se
eu tivesse outras opções para votar, eu também não votaria com a sua Moção, mas
a tudo o que vier para provocar futuras mudanças eu serei favorável. Só não
seria favorável, Vereadores, votar na lista, porque a lista, sim, é dose para
elefante. A lista, não! Mas o que vier, se é que tem condições de vir, com
certeza será melhor do que aquilo que está aí. Não há dúvida que se vier alguma
coisa será melhor do que aquilo que está aí.
Eu quero fazer um
relato, uma observação: eu já disse, há pouquinho, que há gente que faz
discurso, aqui desta tribuna, e que, durante o período das campanhas eleitorais
– e eu já tenho um pouquinho de tempo nesta Cidade –, parece-me que não faltam
recursos. Mas não é esse o nosso mote aqui hoje. Eu não tenho dúvida, Presidente,
que V. Exa. também foi um dos que menos gastou nessa campanha, na reeleição.
Eu, por exemplo, Ver. Janta, fiz uma opção: não abri comitê, não botei balcão
de negociações, como muitos fazem, até para economizar; não pintei muros, não
paguei galeto, carreteiro, não paguei nada, nem um picolé! Eu fiz uma opção e
deu certo. Então, nós, os Parlamentares de um modo geral, temos que começar a
reavaliar os costumes de fazer política. Essa prática é ultrapassada, e não
leva a nada, só leva a gastos. Então, eu votarei favoravelmente à Moção da
Ver.ª Sofia nessa linha, de qualquer coisa que vier será melhor do que o que
está posto hoje, desde que não venha com lista fechada.
Antes de encerrar,
quero dizer que tenho clareza, se os nossos Deputados, Ver. Guilherme Socias
Villela, V. Exa. tem uma vasta experiência... Nós todos sabemos que os
Deputados que lá estão, se fizerem a reforma, estarão legislando em causa
própria, mesmo assim eu também acho que pior do que está não ficará! Essa
reforma tão protelada, debatida, conversada, parlamentada, já poderia ter sido
feita pelo Congresso Nacional. Insisto: ainda que esses Parlamentares estejam
legislando em causa própria, com certeza, Ver.ª Sofia, as mudanças que virão
serão melhores do aquilo que é posto para nós, Parlamentares, que participamos
de campanhas.
Então, Ver.ª Sofia,
eu vou votar favoravelmente à sua Moção. O Ver. Tarciso me sinaliza que sim. É
a opção que temos neste momento, fazer uma provocação, porque o que vier, com
certeza, não será pior do que aquilo que está aí. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr.
Presidente, tendo um pouco de sensibilidade ao debate que está na Casa,
apostando que podemos amadurecer uma posição que avance no respeito à fala das
ruas, eu solicito o adiamento da votação do Requerimento nº 127/13, por uma
Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o Requerimento, de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) 12 votos SIM. Não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago – às 18h17min): Encerrada a Ordem do
Dia.
O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicito a
abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Não há quórum.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h19min.)
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